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quarta-feira, 26 de junho de 2013

ESTÉTICA TECNOLÓGICA

Hoje eu vi uma propaganda no jornal, anunciando o iPad mini. Sinceramente, não entendo as tendências estéticas tecnológicas. Primeiro, vieram os celulares. Grandes, pesados, desajeitados, só faziam ligações (aliás, foi pra isso que foram inventados), eram conhecidos como “tijolar”. Aos poucos, evoluíram e, além da tendência de tornar o celular um canivete suíço contemporâneo, o tamanho dos aparelhos foi reduzindo drasticamente.

Cada modelo novo tinha mais funções e era sempre menor do que o anterior. Com o passar do tempo, a tendência foi mudando. Não sei se as pessoas perdiam muitos celulares ou se a adição de funções impossibilitava a diminuição do tamanho, mas os telefones começaram a crescer de novo. Com muitos jogos, acesso a internet e funções como walkman, calendário e etc; além da tela touch screen, depois da moda da canetinha, hoje, os celulares estão grandes de novo. Não tanto quantos os primeiros, mas já causam algum desconforto.

Como a principal vantagem do dispositivo é ser portátil, não faz muito sentido ser grande. Em compensação, muito pequeno, pode ficar perdido em algum lugar.

Depois vieram os tablets. Aparelhos inúteis que não chegavam a ser computadores, mas eram maiores que celulares, executavam as mesmas funções de computador e celular, só que em um tamanho idiota. Muito grande para ser portátil e muito pequeno para ser trambolho. A tela, maior, permite uma melhor visualização, e cutucar a tela maior com o dedo par acessar as funções é mais confortável para quem tem dedos gordos e aperta sempre o que não quer. Mas pra guardar, já não é tão fácil. Não cabe no bolso, por exemplo.

Acho que é por isso que inventaram o modelo mini. Continua sendo um trambolho, mas menor. Um trambolhinho.

Com os fones de ouvido aconteceu a mesma coisa. Antigamente, a impressão que se tinha de alguém usando fones de ouvido era a de que o sujeito estava na NASA. Ou recebendo algum sinal de lá. Os fones foram diminuindo, facilitando o transporte, assim como os aparelhos.

Veio o iPod e os tocadores de MP3 genéricos. Todos com suas versões mini, como se as versões normais já não fossem mini perto do que havia antes. E quanto menor, mais espaço para armazenar músicas. E agora, os fones começaram a crescer de novo. Sinceramente eu não entendo.

Afinal, qual é a tendência? Mini ou maxi? Pequeno ou grande? A ideia é justamente misturar os dois? Ou seja, quando for viajar, por exemplo, todo o espaço livre que o tocador de MP3 deixou na mala, será ocupado pelos fones? Todo espaço economizado pelo celular, que ainda cabe no bolso, será ocupado pelo tablet?

O que será que vem depois? Notebooks com tela de 29 polegadas? Será que alguém conseguiria criar algum dispositivo grande que possa ser dobrado em três ou quatro partes para caber no bolso?


Vamos aguardar...

sábado, 1 de junho de 2013

DÍGITOS.



O meu CPF tem onze dígitos. O meu RG tem nove dígitos. A placa do meu carro tem quatro dígitos e três letras. O meu registro acadêmico tem nove dígitos e a senha para entrar no site da faculdade para pegar boleto, notas, fazer as tarefas de ensino à distância, entre outras coisas, tem seis dígitos. Decorar o número do banco, agência e conta, implica em gravar na memória mais dezesseis dígitos, fora os dígitos da senha do cartão e de acesso ao internet banking. Até agora, contabilizei mais de cinquenta e oito caracteres para decorar. Não estou levando em conta os números referentes ao meu título de eleitor, carteira de motorista e certificado de reservista. 

Minha data de nascimento contém oito dígitos. Mas ela pode ser resumida a seis, caso eu ache melhor citar apenas os dois últimos dígitos do ano em que nasci. Só que a minha idade, tem mais dois dígitos. E essa, não dá pra resumir. Tá certo que dificilmente terei de me preocupar com a adição de um terceiro dígito, e o acréscimo de um quarto dígito é impossível. Mas minha idade muda todo ano.  Está começando a ficar difícil de decorar...

Já contei mais de sessenta e seis dígitos. Mas essa conta vai além. Eu não sei o número da minha carteira de trabalho e não lembro o número do meu registro na Ordem dos Músicos do Brasil. Mas quem decorou, já precisa lidar com mais alguns algarismos. Falo também dos números de registro dos conselhos de medicina, OAB e outros documentos que nem todos os cidadãos têm. 

Ainda não falei sobre outros caracteres que devem ser decorados pelas pessoas. Temos o endereço de e-mail, senha do e-mail, facebook, instagram, youtube, blogs e outros serviços que a internet oferece, para os quais, é imprescindível ter um nome de usuário (ou e-mail) cadastrado junto com uma senha, cuja quantidade de caracteres é variável. Se já estava difícil decorar apenas os números, que vão de zero até nove (isso, só pra simplificar, pois as combinações entre eles são infinitas), agora entraram também as letras e os caracteres que não são alfanuméricos. O mais fácil, pra mim, é a arroba (@ - at, em inglês), que separa o nome do usuário do provedor em que ele está cadastrado.

Além disso, ainda temos os números de telefones fixos e celulares (que agora tem um dígito a mais), número do prédio, apartamento, o CEP e o endereço. 

Ainda bem que inventaram os computadores. Com os computadores, podemos ter todas essas identificações em algum lugar, sem correr o risco de perder. Mas como evitar que outras pessoas tenham acesso aos nossos dados quando usarem o nosso computador? Simples, cadastre uma senha de acesso.
As pessoas mais antigas costumam decorar os principais números. Na época delas, não havia computadores, nem celulares. Os números de telefone, por exemplo, eram guardados no cérebro da pessoa. Pelo menos os mais importantes. Mas era mais fácil. Havia menos telefones e pessoas. E não existia celular. E a quantidade de dígitos era menor nesses números.

Eu sou da época da agenda. Eu anotava tudo na agenda. Datas das provas, capítulos a serem estudados, telefones dos colegas, datas de entrega das atividades, além de outras coisas, como consultas médicas ou, mais tarde, datas de apresentações  e ensaios que eu tinha que fazer. 

Ainda tenho essa mania de escrever meus compromissos em agendas. Só não perdi a mania de esquecer de consultá-la.
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