Pesquisar
sábado, 27 de setembro de 2014
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Cigarro x Cartão (2)
Já faz tempo (muito) que não escrevo aqui. Acabei me cadastrando no Tumblr e tenho postado mais lá. Existe também a falta de assunto e a preguiça, fatores que me fizeram abandonar um pouco este blog.
Mas ainda recebo comentários de posts mais antigos, o que mostra que algumas pessoas ainda leem o que escrevi.
O texto que mais recebe comentários é "Cigarro x Cartão", publicado em 6 de junho de 2012 (leia aqui).
Gostaria de esclarecer melhor o meu ponto de vista com relação ao ocorrido, já que algumas pessoas não entenderam o motivo da postagem.
O ponto principal é a falta de conhecimento de uma lei que impede que a loja recuse ou cobre um valor a mais por compras efetuadas com cartões. Não se trata de "sinal para parar de fumar" ou "não é culpa do funcionário". Trata-se de uma conduta ilegal por parte da loja. Não podemos apenas inocentar funcionários ou culpar as taxas cobradas pelas operadoras. De uma forma ou de outra, quem sai no prejuízo é o consumidor.
Ok, fuma quem quer, compra quem quer. Mas não é porque o consumidor toma a iniciativa de comprar qualquer coisa que uma loja pode fazer o que bem entender. Eu sei que a ordem parte do dono do estabelecimento, mas quem "dá a cara a tapa" é o funcionário. É o funcionário que está na "linha de frente". Assim como elogios, as reclamações serão direcionadas a ele, pelo menos no primeiro momento. Atrás dele, com mais autoridade, vem o gerente (que no caso das lojas de conveniência de postos de gasolina, nunca vi). O gerente tem mais autoridade que o funcionário, mas ainda assim é um funcionário que recebe ordens do dono da loja. Ou seja, se é injusto brigar com o funcionário, também é com o gerente, se partirmos do princípio que a ordem nem veio dele.
Outra questão sobre a venda de cigarros com cartão é não ter isso especificado na lei. Um amigo que trabalha no PROCON disse que não há mesmo nada específico. O que existem são leis que são interpretadas e proíbem/autorizam determinadas ações. Por exemplo: se você procurar na lei algo que proíba o hábito comum de só vender cigarro se comprar alguma outra coisa, você não vai achar. O que você vai achar são leis que falam sobre venda casada, que é nada mais, nada menos, do que forçar o consumidor a comprar algo que ele não quer para poder comprar algo que quer. Seria como poder comprar pipoca só se tiver comprado o ticket pro cinema. Ou, comprar uma bala ou chocolate para poder comprar cigarro.
Vejam bem, isso se aplica não só a vendas com cartões. Vale para qualquer forma de pagamento aceita pelo estabelecimento. E se o cliente só quiser a pipoca ou o cigarro? Por que ele é obrigado a comprar também o ticket pro cinema ou o chocolate?
Ainda de acordo com o que me foi explicado, a loja pode se recusar a aceitar cartão (nesse caso, nenhum produto pode ser pago com cartão) ou criar incentivos para que o consumidor use outra forma de pagamento. Por exemplo, se comprar cigarro com dinheiro, ganha um chocolate. Isso é uma promoção apenas, e muitos estabelecimentos fazem uso disso para aquecer as vendas. Não é ilegal.
Recentemente ouvi uma história (não sei se é real, vale checar) que uma grande rede de fast food , que sempre tem promoções de combo (se comprar determinado combo, paga-se mais uma certa quantia e leva um boneco de algum personagem), foi obrigada a colocar à venda os brinquedos de forma separada da comida. O que antes ocorria: a pessoa só poderia levar o boneco se comprasse um determinado sanduíche; agora a pessoa pode comprar só o brinquedo. Custa mais caro levar só o brinquedo do que comprar tudo, mas o consumidor tem a opção de escolher.
Espero ter esclarecido melhor meu ponto de vista.
Assinar:
Postagens (Atom)