Ontem foi dia de visitar o veterinário. Não porque eu esteja com algum problema. Até que eu não me importaria de ser examinado pela veterinária, que é muito lindinha. Mas foi para levar as minhas gatas que eu fui lá. E é aí que começa a zona. Alguém sabe o sufoco que é levar bichanos medrosos ao veterinário?
A briga começou quando elas viram as caixas de transporte, chamadas por mim de “corrupto”, em homenagem a um quadro do extinto programa de humor do Jô Soares, em que ele interpretava um personagem que criava um corrupto (como se fosse um bicho) e ele usava uma dessas caixas, onde seu animal de estimação supostamente ficava e era alimentado por notas de dólar. Quando eu pego os “corruptos”, as duas se escondem.
Para achá-las, é um sacrifício. Isso porque elas se escondem em lugares que nem eu sei que existem. Quando eu consegui cumprir essa primeira tarefa, tive de enfrentar a segunda: pegá-las! Não adianta, elas grudam aonde quer que seja, depois de me fazer cair no chão várias vezes, na quase inútil tentativa de capturá-las. Alguns tombos e arranhões depois, é hora de levá-las até as caixas. Uma delas, inclusive, faz questão de manifestar seu protesto urinando por todo o apartamento (incluindo minha camiseta).
A tarefa mais difícil é fazê-las entrar na caixa. É impressionante como os gatos ficam muito maiores do que a entrada da caixa. E ao tentar enfiá-las lá dentro, elas usam as quatro patas para tentar bloquear a passagem. E eu só tenho duas mãos, sendo que uma, estou usando para segurar o animal. A impressão que dá é que em vez de gato, estou tentando colocar um polvo lá dentro.
O problema é que não é possível fazer isso com as duas ao mesmo tempo. Primeiro tem que ser com uma e depois com a outra, duplicando meu stress. Uma vez presas, é hora de tomar um banho e trocar a roupa mijada.
Na hora de sair, preciso vencer o coração mole e ignorar os miados angustiados das duas. Também preciso entrar no elevador e enfrentar o cão mais selvagem do prédio, cujo dono insiste em levá-lo para passear ao mesmo tempo em que meus singelos animais são obrigados a dividir o minúsculo espaço de um elevador com essa fera. Me lembrem de criar um leão da próxima vez.
Mas o sufoco valeu a pena. A veterinária era linda. Mas acho que já falei isso.
Em casa, na hora de colocá-las dentro da caixa, vejo que a caixa é muito pequena. Na clínica, ao tentar tirá-las lá de dentro para o exame, vejo como a caixa parece grande, com as duas encolhidas lá no fundo, como se a caixa passasse a ter uns dois quilômetros de comprimento. O mesmo processo “polvo” que bloqueava a entrada na caixa, se repete, dessa vez do lado de dentro, bloqueando a saída. Inferno. Detalhe: é uma caixa para cada gata. São duas gatas e duas caixas. Portanto, são dois trabalhos.
Mas afinal, o que não fazemos pelo bem-estar de nossos animais de estimação? Se fosse preciso voltar lá hoje, faria tudo de novo.
ai, gemt, gatos são todos iguais, HAHAHAHAHAHAHA. nem-me-a-tre-vo a tentar botar a domingas na caixa, aquilo é o minifelino mais arisco de todos os tempos, cruz credo.
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