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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

EM INGLÊS É MAIS ELEGANTE



Hoje eu li um pequeno texto, no Facebook, que me deixou intrigado. O texto falava sobre o dia do designer:

“Não, eu não sou técnico em informática.
Não, eu não faço seu retrato à lápis
Não, eu não passei a faculdade desenhando.
Não, eu não faço logomarcas.
Não, eu não troco meu serviço pelo meu nome no seu site.
Não, eu não sou o carinha do marketing.
Não, eu também não sou o cara da publicidade.
Não eu não estudei coréu drau.
Não, eu não invento slogãozinho.
Não, eu não sou design nem estudei designer.
Não, você não é designer, é cabeleireiro.
Não, você não é designer, é confeiteira.
Não, você não é designer, só tira sombrancelhas.
Não, a sua mulher não gosta de rosa com laranja salmão.
Não, eu não to me achando, só sei o que to fazendo.
5 de novembro
Dia do designer”

Interessante notar que o autor fez referência ao uso de termos em inglês para nomear profissões cujos nomes eram conhecidos em português. Estou falando de cake designer e hair designer. Não foi citado, porém, outras profissões cujos nomes foram passados para o inglês, na tentativa de deixar o nome do ofício mais elegante, como por exemplo light designer (iluminador) e designer de interiores (decorador). A minha pergunta é simples: por que as pessoas passam o nome de suas profissões para o inglês? Elas pretendem trabalhar no exterior? Ou isso tudo é só porque inglês é mais chique? Olha, turma, inglês não é chique. Todo mundo fala inglês hoje em dia. Talvez, a elegância do nome fique por conta da palavra design e não por ser em inglês. 

Mas vamos entender uma coisa primeiro: em inglês, o verbo terminado em “er”indica quem faz a ação descrita no verbo e não a ação em si. Por isso o autor está certo ao dizer “eu não sou design, nem estudei designer”. Quem estuda o designer é o detetive particular que foi contratado pela esposa do designer para seguir o marido. Ou algum cientista que pesquisa o comportamento humano baseado na profissão. Portanto, o que se estuda é design (do inglês, projeto, desenho) e o designer é quem pratica o design (o cara que não é o moço do marketing, nem da publicidade, nem o técnico em informática e que não cobra uma assinatura para fazer o trabalho), ou seja, quem faz o desenho ou projeto (sim, pessoal... ele é profissional e é preciso pagá-lo, da mesma forma que você recebe pelo serviço que faz).

Depois da mudança dos nomes das profissões de cabeleireiro, confeiteiro, iluminador e decorador para hair designer, cake designer (esse é o mais engraçado), light designer e designer de interiores (este último passado para o inglês pela metade, porque quem inventou essa moda, não devia saber como se fala “interiores” em inglês), nessa ordem, fico imaginando como seriam chamados outros profissionais que quisessem usar o termo design em suas profissões. Tenho algumas ideias: professor poderia ser students designer ou education designer. Jardineiro poderia ser garden designer. Escritores poderiam ser chamados de text designers. Coreógrafos poderiam ser dance designers. Cirurgiões plásticos poderiam ser body designers e pedreiros poderiam ser chamados de buildings designers (e seriam mais chiques que os engenheiros). 

Só pra esclarecer, de acordo com o Word Reference, cabeleireiro é coiffeur, hairdresser; confeiteiro é candy maker (se ele faz o doce) ou candy seller (se ele apenas vende o doce); decorador é interior designer (e assim já acaba com a dúvida de como falar interiores em inglês), mas também pode ser decorator mesmo.  Se você quiser saber como se fala em inglês as outras profissões que citei, vá procurar.
Mas com relação ao autor do texto, fiquei bem feliz por ele ter escrito que é designer e não escritor ou revisor. Porque sombrancelha não existe. O certo é sobrancelha, e em inglês, caso você queira parecer mais elegante, diga eyebrow!

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