Hoje
eu li um pequeno texto, no Facebook, que me deixou intrigado. O texto falava
sobre o dia do designer:
“Não, eu não sou
técnico em informática.
Não, eu não faço
seu retrato à lápis
Não, eu não
passei a faculdade desenhando.
Não, eu não faço
logomarcas.
Não, eu não
troco meu serviço pelo meu nome no seu site.
Não, eu não sou
o carinha do marketing.
Não, eu também
não sou o cara da publicidade.
Não eu não
estudei coréu drau.
Não, eu não
invento slogãozinho.
Não, eu não sou
design nem estudei designer.
Não, você não é
designer, é cabeleireiro.
Não, você não é
designer, é confeiteira.
Não, você não é
designer, só tira sombrancelhas.
Não, a sua
mulher não gosta de rosa com laranja salmão.
Não, eu não to me
achando, só sei o que to fazendo.
5 de novembro
Dia do designer”
Interessante
notar que o autor fez referência ao uso de termos em inglês para nomear
profissões cujos nomes eram conhecidos em português. Estou falando de cake designer e hair designer. Não foi citado, porém, outras profissões cujos nomes
foram passados para o inglês, na tentativa de deixar o nome do ofício mais
elegante, como por exemplo light designer
(iluminador) e designer de interiores
(decorador). A minha pergunta é simples: por que as pessoas passam o nome de
suas profissões para o inglês? Elas pretendem trabalhar no exterior? Ou isso
tudo é só porque inglês é mais chique? Olha, turma, inglês não é chique. Todo
mundo fala inglês hoje em dia. Talvez, a elegância do nome fique por conta da
palavra design e não por ser em
inglês.
Mas
vamos entender uma coisa primeiro: em inglês, o verbo terminado em “er”indica
quem faz a ação descrita no verbo e não a ação em si. Por isso o autor está
certo ao dizer “eu não sou design,
nem estudei designer”. Quem estuda o
designer é o detetive particular que foi contratado pela esposa do designer para seguir o marido. Ou algum
cientista que pesquisa o comportamento humano baseado na profissão. Portanto, o
que se estuda é design (do inglês,
projeto, desenho) e o designer é quem
pratica o design (o cara que não é o
moço do marketing, nem da publicidade, nem o técnico em informática e que não
cobra uma assinatura para fazer o trabalho), ou seja, quem faz o desenho ou
projeto (sim, pessoal... ele é profissional e é preciso pagá-lo, da mesma forma
que você recebe pelo serviço que faz).
Depois
da mudança dos nomes das profissões de cabeleireiro, confeiteiro, iluminador e
decorador para hair designer, cake designer
(esse é o mais engraçado), light
designer e designer de interiores
(este último passado para o inglês pela metade, porque quem inventou essa moda,
não devia saber como se fala “interiores” em inglês), nessa ordem, fico
imaginando como seriam chamados outros profissionais que quisessem usar o termo
design em suas profissões. Tenho
algumas ideias: professor poderia ser students
designer ou education designer.
Jardineiro poderia ser garden designer.
Escritores poderiam ser chamados de text
designers. Coreógrafos poderiam ser dance designers. Cirurgiões plásticos poderiam ser body designers e pedreiros
poderiam ser chamados de buildings designers (e seriam mais chiques que os
engenheiros).
Só
pra esclarecer, de acordo com o Word Reference, cabeleireiro é coiffeur, hairdresser; confeiteiro é candy
maker (se ele faz o doce) ou candy seller (se ele apenas vende o doce); decorador é interior designer (e assim já acaba com a dúvida de como falar interiores em
inglês), mas também pode ser decorator
mesmo. Se você quiser saber como se fala
em inglês as outras profissões que citei, vá procurar.
Mas
com relação ao autor do texto, fiquei bem feliz por ele ter escrito que é designer e não escritor ou revisor.
Porque sombrancelha não existe. O certo é sobrancelha, e em inglês, caso você
queira parecer mais elegante, diga eyebrow!
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