Vamos aos fatos: o relógio toca às seis da manhã. Apesar de nunca fazer isso, hoje, dia de apresentar um trabalho, eu simplesmente desligo o despertador e volto a dormir. Às seis e meia, eu pulo da cama, como um gato que leva um susto. E me apresso, na inútil tentativa de ganhar tempo. Como se eu não soubesse que é impossível ganhar tempo de manhã.
Corro para a cozinha, engulo o café sem comer nada. Tomo um banho rápido, fumo enquanto me visto e pego a chave do carro. Desço para a garagem e me lembro do maldito rodízio de automóveis. Dia de usar o carro emprestado, cuja única condição imposta pelo dono ao permitir seu uso, é não fumar dentro. Então eu subo, pego a outra chave para trocar os carros (o meu, que não posso usar hoje, está na frente). Deixo um deles na saída da garagem enquanto guardo o outro. É nesse momento que a vizinha quer sair! Ela tem horário. Eu também tinha, mas perdi há quinze minutos.
A ilusão de um trânsito bom se esvai na triste realidade de um atropelamento no caminho. A única forma de se livrar do tráfego intenso é não sair de casa. Mas essa chance eu já desperdicei. Só me resta acender um cigarro para relaxar. Mas me lembro que nesse carro, não se fuma! Lindo. Como se não bastasse, hoje é dia de pagar contas!
Chego na faculdade em cima da hora. Leio rapidamente o trabalho que meu grupo deve apresentar, mas na hora de falar, resolvo ficar quieto. O dia já está sendo difícil demais sem que eu abra a minha boca. Essa é a primeira sexta-feira treze, dia dez, da minha vida.
Melhor descer as cortinas e encerrar o espetáculo ante que eu me enrole mais.
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