Eu sou adepto da igualdade para todos. Acho que se um grupo tem certas regalias, cria-se uma diferenciação. Portanto, outros grupos devem também ter o mesmo direito, para que todos fiquem felizes e ninguém se sinta excluído da sociedade.
Digo isso porque, embora eu tenha uma postura contrária à criação de grupos baseados em etnias ou opções sexuais e, embora eu acredite que a melhor forma de vencermos o preconceito é viver junto, vejo que não é isso o que está acontecendo. Portanto, diante da criação do dia do orgulho gay e a recusa dos gays em aceitar o dia do orgulho hétero, não só digo que sou a favor dessa data, bem como sou a favor da criação de outras que ainda ninguém sugeriu.
Temos a Marcha para Jesus. Proponho então que seja criada a Marcha para o Diabo. Não quero que os Satanistas sejam alvos de preconceito. Temos os dias dos pais, das mães e das crianças. Mas ainda falta o dia dos adolescentes e dos adultos, casados ou solteiros, que não tenham filhos. O dia da avó e do avô, se já existem, devem ser comemorados com muito mais ênfase, seguidos dos dias dos tios e das tias.
Temos o dia do rock. Então, deve haver também o dia do rap, do pagode, do samba, do mambo e do maracatu, bem como do jazz, do blues, do country e outros gêneros musicais. Ainda sob o mesmo tema, temos o dia do músico. Portanto, devemos ter também o dia do público.
O dia da consciência negra e o dia do índio, sugerem o dia do branco e do japonês. Temos que ter o dia do esperto e do otário, dos políticos e do eleitor, além do dia da folga, já que existe o dia do trabalho. E se o símbolo da páscoa é o coelhinho, temos que colocar o cachorrinho, o gatinho, o ursinho, o papagaiozinho, o elefantinho como símbolos de alguma coisa. Não podemos criar preconceitos com os animais. Até sugiro que, se criado o dia da folga, seja escolhido como símbolo, o bicho preguiça!
O dia dos namorados sugere o dia dos solteiros, dos casados, dos enrolados, dos viúvos e dos ex. E o dia internacional da mulher deve conseguir seu oposto: o dia internacional dos homens. Comemoramos o ano novo, mas não comemoramos o ano velho. Coitado. Puro reflexo do hábito que temos de simplesmente jogar fora aquilo que está velho. Hábito esse, extendido até aos humanos idosos, em muitos casos.
Se existe o dia do esportista, exijo o dia do sedentário. Dia do médico? Coloquem na agenda o dia da doença. Dia dos professores? E onde está o dia dos alunos? E dos diretores, coordenadores e reitores?
Apoio totalmente a criação do dia do software e do hardware, do telefone fixo e do celular, da carta, do e-mail e do telegrama! E se há o dia do carteiro, quero o dia dos que escrevem as cartas. Precisamos ter o dia do selo e do envelope, da caneta e do lápis, da borracha, da régua e da cola pritt. Não podemos nos esquecer do dia dos dias: data em que iremos comemorar a existência de todos os outros dias que comemoram alguma coisa!
E quero, acima de tudo, um calendário maior. Porque o que temos, não será suficiente.
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