Que graça tem o domingo? Para mim, nenhuma. Nunca teve. Domingo representa o fim daquilo que mais se espera, é um resumo da frase que diz que o que é bom dura pouco. E dura pouco mesmo. Domingo é o dia que se passa inteiro de ressaca, com dor de cabeça, de pijama, é o dia da perda da esperança de se fazer algo a noite além de dormir. Domingo é o dia em que se dorme tarde por ter dormido tarde no sábado e acordado tarde no domingo. Mas não tão tarde, afinal, segunda-feira é dia de trabalhar, ir para a escola, faculdade...
É no domingo que se estuda para a prova da segunda-feira. O domingo é o dia se preparar psicologicamente para o trânsito do dia seguinte. É o dia da missa, do macarrão em família (essa parte é boa). É o dia em que a televisão deve ser desligada.
Na minha opinião, o sábado é o melhor dia da semana. Na sexta começa o final de semana, mas ainda é dia de trabalho, ainda estamos cansados, acordamos cedo. O Sábado é o dia livre, quando se pode acordar tarde, dormir tarde, é o verdadeiro dia de descanso, pelo menos para alguns. Sábado é o dia de ficar despreocupado, de encher a cara o dia todo, não só de álcool, para quem bebe, mas de tudo aquilo que representa lazer: encher a cara de filmes, de baladas, de livros, jogos... Sábado é dia de churrasco, não domingo.
O domingo precede a segunda-feira, dia de entrar no regime. É dia de adaptação, é o dia que se cura a doença do sábado, o dia que devemos usar para nos preparar pro barulho, poluição, stress...
A segunda-feira é o dia de se conformar que é segunda-feira. É o dia em que devemos dizer “bem, aqui estamos de novo”. O domingo é o dia em que dizemos “bem, lá vamos nós de novo, amanhã”.
Quando eu trabalhava como músico, tinha os horários invertidos e vivia todos os dias como se fossem sábados. A minha quinta-feira era o domingo da maioria. A sexta sempre foi minha segunda. Mas isso estava longe de ser bom. Porque para mim era assim, mas para a minha família e amigos, não era. Ou seja, eu vivia um final de semana falso, vivia dias que eu não podia aproveitar como um final de semana, já que os outros estavam vivendo a semana. E o final de semana, onde todos confraternizavam, eu estava trabalhando...
Acho que a melhor coisa que fiz foi entrar na faculdade e voltar a viver a semana e o final de semana nos dias certos, acordar cedo, aproveitar o dia e ver a luz do sol. Apesar do drama do domingo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Abra o bico