Então agora, estamos todos indignados com o fechamento de um tablóide inglês que fazia fofocas sobre o mundo das celebridades. Sob acusações de que o jornal contratava detetives para seguir e até grampear os telefones e caixas de e-mails dos famosos, o tablóide fecha, causando indignação. Mas, para mim, isso não faz sentido nenhum.
Não faz sentido porque esse tipo de publicação vende no mundo inteiro. E vende muito. Os terráqueos são fofoqueiros por natureza e, desde notícias relativamente importantes (algum famoso que resolve doar o cachê para caridade) até as mais idiotas (famoso penteia o cabelo antes de sair do restaurante), todos querem saber da vida deles. Não me surpreende, portanto, que alguns veículos façam uso de grampos telefônicos para conseguir o “furo jornalístico” antes de outras mídias. Sem autorização judicial é crime? Tudo bem. Mas essas atitudes são somente ampliações da quebra do direito à privacidade que todos nós temos.
Os famosos são fotografados na saída do cinema, na praia, nos restaurantes, nos shoppings e em todos os outros lugares públicos em que aparecem. São perseguidos por fotógrafos (paparazzi), ávidos por clicar o molho de macarrão que caiu, acidentalmente, na blusa branca de uma atriz famosa, entre outras coisas super importantes como essa. Então, qual o motivo de tanta indignação?
A culpa, então, é do jornal? É o jornal que se compra, ou é o público que assina revistas só para saber se a Sandy ainda é virgem? O mundo maravilhoso das celebridades chama a atenção mesmo. Programas como o Pânico na TV, por exemplo, se aproveitaram muito disso. Com o discurso de “vamos desmascarar as falsas celebridades”, indo em seguida, tirar um sarro da Fernanda Montenegro, veterana na televisão brasileira antes mesmo de todos eles nascerem, o próprio Pânico conseguiu altos índices de audiência. E por que conseguem tudo isso? Porque o povo gosta e compra.
E as indenizações não significam nada para o veículo. São valores ínfimos, perto do número de leitores conquistados. Tanto é que eles continuam invadindo a privacidade alheia. A maior prova é a reabertura do jornal inglês, com outro nome. Alguém tem dúvidas de que tudo será feito de novo?
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