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terça-feira, 30 de agosto de 2011

BOA TARDE, MEU POVO...

...foi gritando isso que a louca entrou na rotisserie, após amarrar seu poodle do lado de fora da loja. Ela vestia uma jaqueta esportiva vermelha, colada ao corpo, denunciando que a sua única ligação com esportes era a jaqueta. Não conseguindo resposta, urrou novamente: 

— Boa tarde, meu povo! — conseguindo, finalmente, a resposta tímida de alguns funcionários que deixavam seus esconderijos, atrás do balcão
.
Imaginei logo se tratar de alguma figura política, alguma vereadora, defensora do bairro ou algo do tipo. Mas não, era apenas uma mulher sem noção mesmo. Isso ficou provado, após algumas outras falas, em que usou a impostação de voz típica de atores que precisam se fazer ouvir na última fileira do teatro. No caso, a platéia éramos nós, meia-dúzia de clientes. E nenhum parecia interessado na peça.

Seu pequeno poodle acompanhava a dona com o olhar, por vezes dava pulos, e latia, como se os dois, cão e dona, fossem protagonistas da peça, cujo enredo, obrigava a dona a ignorá-lo.
Eu estava ali, olhando produtos de uma prateleira, no meio do caminho onde a mulher deveria passar para seguir seu roteiro. Então ela pára em frente a uma barra de chocolates, pegando-a na mão, e diz, em altos brados:

— Que loucura! — Com o raciocínio rápido de quem costuma fazer piadas e lento como o de quem costuma dar foras em público, penso em voz alta:
— Também acho! — O breve silêncio durou a eternidade. E alguns anos mais.

Mas a mulher era inofensiva. Poderia ter brigado comigo, se tivesse percebido que a loucura a que eu me referia era a dela e não a do chocolate. Mas talvez ela nem tenha ouvido. Geralmente, essas pessoas não ouvem. Quem fala alto, nunca ouve os outros. É como contar piadas para um humorista. Alguém já tentou ser engraçado para um humorista? Poupe-se dessa frustração, se houver chance. Parece que para humoristas, a graça está justamente em não rir do que você fala.

Voltando ao assunto, cheguei à conclusão de que a tal mulher deveria ser apenas uma pobre solitária, largada pelo marido, talvez pela família (alguém arrisca adivinhar o motivo?), que se sente querida e amada pelos comerciantes do bairro. Embora para eles ( e nós, clientes) a coisa não seja bem assim. Sem mais o que dizer, termino essa crônica por aqui. Mas não sem antes desejar BOA NOITE, MEU POVO!

sábado, 27 de agosto de 2011

SUPERMERCADO AOS SÁBADOS


Deveria existir uma lei que impedisse os supermercados de atender casais e jovens churrasqueiros aos sábados à noite. Eu explico:

Ninguém deve ir ao mercado aos sábados à noite, exceto aqueles que observem a falta de algum item urgente em sua casa. Refrigerante para acompanhar a pizza, bananas para ajudar a manter a pizza dentro da barriga durante o domingo, ou um frasco de desodorante. Mas nunca faça a compra do mês com o maridão ou vá comprar itens para o churrasco da molecada nesse horário.

Quem é esperto, planeja as coisas com antecedência. Vai fazer churrasco no sábado à noite? Ótimo. Mas compre a carne, o carvão, o álcool e a cerveja com antecedência, calculando o número de convidados e quanto cada um consome, em média. Mas moleque não sabe fazer isso.

Esses imbecis ocupam todos os caixas do supermercado em um sábado à noite com sacos de carvão, um pouco de carne e muita, mas muita cerveja. Porque churrasco de jovem é com cerveja. Se não houver carne, tudo bem. Mas a cerveja tem que ter de qualquer jeito. E bebem tanto que, se por acaso houve algum planejamento com relação ao consumo dos convidados, foi por água abaixo.

Outros incômodos são os casais jovens. Recém saídos da juventude churrasqueira que assa cerveja com um pouco de carne e sal grosso, agora ingressam na vida adulta e responsável de família. Mas ainda carregam resquícios da juventude cervejeira, que não planeja merda nenhuma. Só que nesse caso, o que falta é o arroz integral, a lasanha do almoço de domingo e a fralda do bebê. Não é que não exista a presença desses seres em mercados durante a semana, mas como ainda não saíram completamente da vida irresponsável dos moleques, ainda não aprenderam a planejar. Não imaginam que o bebê faz cocô aos finais de semana também. Intestino, minha gente, não tem folga!

O resultado disso, são filas quilométricas em caixas de supermercado, que não estão preparados, e colocam poucos funcionários ágeis a disposição, julgando que aos sábados não existem filas. E onde estariam os funcionários ágeis? Ué, esses sim têm final de semana!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

CAOS

Não me impressiona mais a brutalidade humana. Assaltos à mão armada, explosões de caixas eletrônicos, rodeios onde animais são mortos e crianças assaltando nas ruas, com certeza de impunidade. Inclusive bagunçando escritórios públicos, sabendo que nada irá lhes acontecer, já que são menores e ninguém pode encostar a mão.

Muito bem, brasileiros (ou humanos em geral). Conseguimos o que nós tanto queríamos. Somos o pior do planeta. Cuidamos para que tudo viesse a se tornar o caos que é hoje. E vamos conseguir muito mais. Não daremos as famosas palmadas educativas em nossos filhos, já que é proibido. E nos tornaremos vítimas deles amanhã. Porque não é mais ensinado o valor do respeito. 

Não exijam cidadania, respeito ao pedestre e às leis de trânsito. Ninguém mais merece respeito por aqui (e talvez por outras bandas). Não podemos mais respeitar quem nos desrespeita. Leis que proíbem cassinos mas permitem rodeios, bandidos que não podem ser presos, cidadãos de bem que pagam as contas dessa matemática absurda.

Estou indignado com tanto absurdo que vejo por aí. Se um moleque de doze anos me assalta, eu tenho que deixar. Caso contrário, quem vai preso sou eu! E ainda tenho que ouvir que “rodeios são iguais à Stock Car. Fatalidades acontecem”. Como se o piloto fosse posto à força dentro do carro que pode bater e explodir, como se um pobre bezerro indefeso tivesse escolhido servir à barbárie humana. Tenho que ouvir a indignação de um peão que não sabe por que foi afastado. E querem saber? Também não sei o motivo de seu afastamento, se a festa e o absurdo continuarão com outros imbecis. E ainda apoiados por “grandes nomes da música brasileira”. E os cassinos, que também geram dinheiro, impostos e empregos são proibidos por facilitar o crime. Como se a nossa política não cumprisse esse papel.

Somos brutos, ogros, violentos, gostamos de nos impor à força, aos indefesos, usando armas e nossa inteligência para o mal. Por isso, nunca seremos cidadãos e continuaremos a merecer cada pancada que levamos nas nossas cabeças. Muito bem, humanos. Conseguimos nos tornar o câncer do mundo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

NASAL


Desvio do septo nasal. Ou nariz torto. Tanto faz. O que importa mesmo é que além de enorme, é torto e não funciona. O nariz, que fique bem claro. A cirurgia será em janeiro (perdi as férias). Very good!

No consultório, a médica pede para que eu entre enquanto ela vai ao banheiro. Assim mesmo, dizendo claramente que vai ao banheiro. Bom e daí? Quem é que não vai, afinal? Enquanto espero, ouço a porta do banheiro se abrindo e ela engata uma conversa com o divulgador do laboratório, que está acompanhado de uma moça linda, que será sua substituta. Conversa vai, conversa vem, escuto a médica dizendo que a tal moça linda se parece com a Mulher Arroto.

A médica entra no consultório, meio sem jeito. Disse que deu um fora. Apesar da tal Mulher Arroto ser bonita, parece que a moça não gostou muito. Quando eu disse que ouvi a conversa toda, os olhos da pobre médica se arregalaram de tal forma, que achei que fossem cair das órbitas!

Ela me explica sobre a cirurgia e vou embora. Aproveito para passar na farmácia, para comprar soro (pra aliviar o nariz) e um alargador de narinas (que o farmacêutico chamou, educadamente, de dilatador nasal). Melhora a respiração na hora de dormir e reduz os roncos. Compro os dois e volto para casa.

No farol, antes de chegar em casa, uma doce senhora com sotaque estrangeiro, me oferece um jornal gratuito, de alguma ONG, que, segundo ela, diz a verdade sobre o fim do mundo. Enquanto ela fala, o rádio do meu carro termina de ler o pen drive e começa a tocar Black Sabbath, em volume insano. Nesse momento, posso ler os pensamentos da pobre senhora: “Esse moço sabe muito mais sobre o fim do mundo do que eu. Isso se não for ele o responsável!”

Chego em casa e descubro que o tal dilatador nasal é o de tamanho grande, para “adultos com nariz de maior tamanho”. Além de ser chamado de Pinóquio na cara dura e ainda agradecer por isso, me senti um idiota por ter comprado algo que, de certa forma, não preciso. Afinal, pra que dilatar o meu nariz? Já não é dilatado o suficiente? Pausa para o café.

Depois de explicar a cirurgia para minha tia e avó, ouço mais uma: “depois da cirurgia, você vai ficar com o nariz bonitinho?” Bom, esconder minha baratinha de plástico debaixo do travesseiro de alguém nessa noite, não será exagerado...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O DIA DOS DIAS

Eu sou adepto da igualdade para todos. Acho que se um grupo tem certas regalias, cria-se uma diferenciação. Portanto, outros grupos devem também ter o mesmo direito, para que todos fiquem felizes e ninguém se sinta excluído da sociedade. 

Digo isso porque, embora eu tenha uma postura contrária à criação de grupos baseados em etnias ou opções sexuais e, embora eu acredite que a melhor forma de vencermos o preconceito é viver junto, vejo que não é isso o que está acontecendo. Portanto, diante da criação do dia do orgulho gay e a recusa dos gays em aceitar o dia do orgulho hétero, não só digo que sou a favor dessa data, bem como sou a favor da criação de outras que ainda ninguém sugeriu.

Temos a Marcha para Jesus. Proponho então que seja criada a Marcha para o Diabo. Não quero que os Satanistas sejam alvos de preconceito. Temos os dias dos pais, das mães e das crianças. Mas ainda falta o dia dos adolescentes e dos adultos, casados ou solteiros, que não tenham filhos. O dia da avó e do avô, se já existem, devem ser comemorados com muito mais ênfase, seguidos dos dias dos tios e das tias.

Temos o dia do rock. Então, deve haver também o dia do rap, do pagode, do samba, do mambo e do maracatu, bem como do jazz, do blues, do country e outros gêneros musicais. Ainda sob o mesmo tema, temos o dia do músico. Portanto, devemos ter também o dia do público.

O dia da consciência negra e o dia do índio, sugerem o dia do branco e do japonês. Temos que ter o dia do esperto e do otário, dos políticos e do eleitor, além do dia da folga, já que existe o dia do trabalho. E se o símbolo da páscoa é o coelhinho, temos que colocar o cachorrinho, o gatinho, o ursinho, o papagaiozinho, o elefantinho como símbolos de alguma coisa. Não podemos criar preconceitos com os animais. Até sugiro que, se criado o dia da folga, seja escolhido como símbolo, o bicho preguiça!

O dia dos namorados sugere o dia dos solteiros, dos casados, dos enrolados, dos viúvos e dos ex. E o dia internacional da mulher deve conseguir seu oposto: o dia internacional dos homens. Comemoramos o ano novo, mas não comemoramos o ano velho. Coitado. Puro reflexo do hábito que temos de simplesmente jogar fora aquilo que está velho. Hábito esse, extendido até aos humanos idosos, em muitos casos.

Se existe o dia do esportista, exijo o dia do sedentário. Dia do médico? Coloquem na agenda o dia da doença. Dia dos professores? E onde está o dia dos alunos? E dos diretores, coordenadores e reitores?

Apoio totalmente a criação do dia do software e do hardware, do telefone fixo e do celular, da carta, do e-mail e do telegrama! E se há o dia do carteiro, quero o dia dos que escrevem as cartas. Precisamos ter o dia do selo e do envelope, da caneta e do lápis, da borracha, da régua e da cola pritt. Não podemos nos esquecer do dia dos dias: data em que iremos comemorar a existência de todos os outros dias que comemoram alguma coisa!

E quero, acima de tudo, um calendário maior. Porque o que temos, não será suficiente.


















segunda-feira, 8 de agosto de 2011

BOM DIA!

Bom dia para todos aqueles que precisam acordar às seis da manhã, mas só têm sono às cinco e meia. Bom dia para todos os que dormem acompanhados pelo barulho infernal dos ônibus que passam embaixo da janela. Bom dia para todos aqueles que acreditam que um dia, o PSIU vai proibir esses mesmos malditos ônibus de passar na sua rua.

Bom dia para todos aqueles que se entopem de café e passam mal depois, só porque precisam ficar acordados. E mesmo passando mal, ainda têm sono. Bom dia para os que começam a pensar na idéia de se tornar alcoólatras ou dependentes de remédios para poder dormir à noite.

Bom dia para aqueles que passaram a noite toda espantando mosquito. Bom dia para todos aqueles que passaram a noite chutando o cobertor porque estava calor. E também para os que, depois de chutar o cobertor, sentiram frio e se cobriram de novo.

Bom dia para todos os que jogaram três travesseiros no chão, para os que olharam para o relógio com desespero e para os que conseguiram ouvir o mesmo disco três vezes seguidas sem pregar os olhos. Bom dia para todos os que quiseram trucidar os malditos passarinhos que insistem em piar, só para nos contar que eles dormiram muito bem, obrigado.

Bom dia para aqueles que têm absoluta certeza que vão dormir no primeiro farol vermelho e irão acordar com as buzinas daqueles que estão super bem dispostos. Bom dia para todos aqueles que torcem para que alguém baixe um decreto proibindo toda e qualquer atividade antes do meio-dia. 

Desejo a todos um bom dia, porque o meu, será uma merda!

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

SACO CHEIO

A volta às aulas não foi 100%. Primeira semana é fogo mesmo. Só serve para nos fazer acordar cedo a toa. Tudo bem, na semana que vem começa pra valer. Como resultado, o blog ficou largado de novo. Como muitas das minhas inspirações vêm da rua, se não saio, não escrevo!

As aulas começaram na terça. Na teoria. Na prática, só semana que vem. Mas fui na terça e na quarta. E já me arrependi de ter arrumado uma atividade fora de casa. Está cada dia mais impossível. A novidade é a faixa exclusiva para ônibus, em uma avenida importante por onde passo. Até aí, tudo bem, se a faixa exclusiva ficasse apenas os trechos largos. Mas agora, no pedaço onde só há duas faixas, uma é de ônibus. E os carros (sempre os carros), ficam jogados de lado.

Carros pagam IPVA, licenciamento, seguro obrigatório, gasolina (com imposto), sem contar com os serviços e peças de manutenção, sempre com impostos, e o imposto novo chamado CONTROLAR. Somos obrigados a fazer a inspeção, mas não é gratuita. E o pagamento, sai do nosso bolso. Sempre. Ou seja, aqueles que contribuem, são penalizados.

Mas não havia nenhum guarda de trânsito no momento em que eu vi, em dias diferentes, dois ônibus, na mesma rua, cruzarem o farol vermelho, sem nem diminuir a velocidade.

Eu já me dei o prazo, após a faculdade, para sair daqui. De preferência, outro país. Quero viver em um lugar onde o pedestre é respeitado, mas também respeita, é atento e bem educado. Quero viver em um lugar onde quem contribui tem o respeito do governo. Não onde criminosos vivem soltos e o cidadão de bem, preso.

É, o jeito é fazer com que São Paulo, se torne uma cidade fantasma. Aí, o prefeito pode fazer o que quiser com ela.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

VOLTEI

Bem... Depois de algum tempo longe do blog, eu voltei. Pra falar a verdade, nem cheguei a ir. Mas estive um pouco ausente, larguei esse espaço um pouco. Isso se deve a alguns fatores: no final de junho, entrei de férias da faculdade, o que me deixou um pouco sem assunto. Fora isso, me dediquei um pouco à gravação de músicas aqui em casa, com a instalação de alguns softwares que me permitirão isso. Conforme pus no facebook, agora está tudo pronto. Só falta aprender a tocar e ter alguma coisa boa pra gravar. Mas esses dois itens não são muito importantes nos dias de hoje.

Eu até poderia escrever sobre minhas tentativas de fazer sair o som da guitarra no computador, mas eu estava tão entretido (e nervoso) tentando configurar o programa, que acabei simplesmente me esquecendo de escrever. Até porque, a solução encontrada foi um pouco vergonhosa: Era o cabo com defeito que me impedia de gravar. Se tivesse trocado o cabo desde o começo, eu não teria tanta dor de cabeça.

E hoje, recomeçam as aulas. Volto à rotina de acordar cedo. E já começo a pedir para que o semestre acabe logo! No primeiro dia de aula, já estou de saco cheio de acordar cedo. Mas a vida é assim e eu que escolhi isso.Agora, aguenta!

Bom, já está quase na hora de sair. Espero ter bastante assunto pra comentar por aqui. E se alguém tiver um contra-baixo para me emprestar, eu agradeceria.
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