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terça-feira, 31 de maio de 2011

FUMANTES CONTRA O MUNDO

          Ex-fumante é a turma mais egoísta que existe! Quando fumavam, não se importavam com as bitucas jogadas ao chão, as baforadas de fumaça na cara dos outros, no cheiro de cigarro espalhado por todos os ambientes que frequentavam. Muitos fumavam com janelas fechadas em dias frios. Hoje, após mudarem de lado, continuam perturbando os outros. Mas o alvo é outro: os fumantes.
          Eu até entendo um não-fumante reclamar do cigarro e de todos os males que o cigarro pode causar e quem não fuma. Ok, faz mal pra quem fuma também, mas o fumante fuma por opção. O não-fumante é praticamente obrigado. Daí vem o fato de eu, mesmo sendo fumante, concordar com a lei anti-fumo adotada por aqui.
          O ex-fumante consegue ser mais chato do que fumantes e não-fumantes juntos! Primeiro porque, como já disse, perturbavam os não fumantes com o seu vício e agora perturbam os fumantes com o vício dos não-fumantes, que é reclamar de fumantes. O segundo ponto é que ex-fumantes tem a tendência de tornarem-se politicamente corretos. Ou chatos, no português claro. Por exemplo, encher o saco de fumantes para que eles parem de fumar, como se não bastasse a reclamação do cheiro e da fumaça.
          Mas me espanta mesmo os ex-fumantes que defendem a maconha, como se ela fosse usada para outro fim se não o de fumar. Tudo bem, há o uso medicinal, mas quantos maconheiros vão usar a maconha para esse fim? Sejamos realistas...
         Porém, o que mais me deixa besta são os não-fumantes (ou ex-fumantes) que reclamam do cigarro mas fumam, além de maconha, charutos e cachimbos. Como se esse tipo de fumo não causasse mau cheiro. Como se esse tipo de fumo não liberasse fumaça. Como se eles não fumassem!
          É óbvio que o cigarro faz mal. Muitos defendem a idéia de que, entre os produtos fumígenos é o que mais faz mal. As pesquisas apontam para isso também. Eu mesmo já tentei parar e vou continuar tentando até conseguir. Mas pelo amor de Deus, puxem a minha orelha se eu me tornar mais um chato de plantão!


domingo, 29 de maio de 2011

FICÇÃO?

          Se os personagens de ficção vivessem no Brasil dos dias de hoje...
          ...Batman seria processado pelos direitos humanos, por ter socado o Coringa. O Coringa seria avaliado como louco e não seria condenado, afinal, ele precisaria de tratamento e não de prisão. Sem conseguir usar o bat-móvel no trânsito caótico da cidade, ele seria obrigado a usar a bat-moto e faria parte das estatísticas de acidentados. Depois, claro, de arrancar vários retrovisores dos carros dos cidadãos...
          O Comissário Gordon seria assassinado pelo PCC e os bandidos jamais iriam para a cadeia, porque o Batman estaria bat-morto. A mansão Wayne se tornaria mais um acampamento dos sem-terra e, com os altos impostos, a fundação Wayne seria obrigada a fechar as portas, deixando milhares de desempregados e fazendo com que Alfred, o fiel mordomo e herdeiro, ficasse pobre devido às ações trabalhistas. Robin sairia ileso, pois qualquer ação contra ele seria enquadrada como preconceito contra homossexuais.
          Branca de Neve seria encontrada nas imediações da av. indianópolis, combinando o preço com o Príncipe Encantado que a Bela Adormecida deixou passar, porque estava dormindo. A Mulher-Gato seria sua companheira de esquina. Os sete anões seriam tributados por todo o ouro encontrado na mina onde trabalham. O Tio Patinhas fiaria louco da vida, pois teria de pagar uma fortuna de IPTU.
          O Capitão América se chamaria Capitão América do Sul e tentaria, em vão, lutar contra as FARC. O Tocha Humana seria apagado pelos bombeiros e o Quarteto Fantástico se tornaria mais um grupo de pagode, o Pagode Fantástico. A Mulher-Hulk se filiaria ao Partido Verde, enquanto Thor, o Deus do Trovão, seria transferido para o nordeste para tentar acabar com a seca. Mandrake revelaria todos os seus segredos para o Cid Moreira e ficaria famoso, tendo um quadro no Fantástico.
          Os X-Men estrelariam a nova versão do BBB e todas as mulheres do grupo andariam em trajes mínimos, e viveriam da profissão de ex-BBB depois de eliminadas do programa. Wolverine, ganhador do BBB, seria acusado de influenciar negativamente a nova geração, já que ele não pára de fumar charuto, o que, hoje em dia, é proibido em quase todos os lugares.
          The Flash teria sua habilitação cassada por excesso de velocidade. A Mulher-Maravilha lideraria uma nova manifestação feminista, sendo convidada a posar para a Playboy meses depois, em edição comemorativa, com capa dura e papel especial, além de fotos em 3-D e um cachê alucinante. Lois Lane, feminista fanática e super amiga da Mulher-Maravilha, processaria Clark Kent alegando que também tem direito de aprender a voar.
          O Cebolinha seria autor do próximo livro de língua portuguesa distribuído nas escolas públicas e o Cascão faria propaganda para o ministério da saúde, falando da importância de lavar as mãos antes de comer.
          Homem Aranha seria multado por emporcalhar a cidade com suas teias e o prefeito Kassab daria um pití enorme por que quer a cidade limpa.
          Garfield seria processado pela sociedade protetora dos animais por ter chutado a bunda do Odie e Calvin seria preso por ter como animal de estimação um tigre, coisa que o IBAMA não permite.
          Ali Babá, seria o próximo presidente do país. Pinóquio alegaria que não sabia de nada. Tarzan, pelado, seria o principal representante da classe média brasileira e Popeye seria preso no aeroporto por contrabandear espinafre fumígeno. O ministro Lex Luthor, seria acusado pelo Planeta Diário de multiplicar por vinte o seu patrimônio, mas o presidente daria um jeito de desviar as atenções para a copa do mundo, livrando seu companheiro.
          O Super-Homem voltaria pra Krypton, alegando que aqui nem ele consegue dar jeito.

sábado, 28 de maio de 2011

BATATINHAS

        Estava sozinho em casa, pensando na vida, quando me lembrei de um fato curioso. Quando eu tocava bastante pela noite da cidade, em geral, depois das apresentações, eu sempre pedia algo para comer. O pedido era simples. Ou eu comia iscas de frango à milanesa, ou um prato com arroz, filé de frango à milanesa e batatas fritas. O segundo era o meu preferido. O filé era grande, mas devido a algumas ocorrências de arroz frio, resolvi trocar por uma porção um pouco maior de batatas. Confesso que, excetuando o recebimento do cachê, essa era a melhor parte.
        Até que um belo dia, o baixista da banda começou a namorar uma menina linda, gentilíssima, inteligente, educada e divertida. Mas como nada (nem ninguém) é perfeito, a moça tinha uma tara por batatas fritas.
        Eu também adoro batatas fritas. O vocalista da banda sempre pedia o mesmo prato e eu, muito esperto, armava alguns truques para afanar algumas batatas do prato dele. Um dos truques, que eu pai me ensinou, era o de chamar a atenção do coitado para outra coisa, um vídeo que passasse no telão do bar, por exemplo. Algo como “olha lá que legal”. E quando o homem virava a cabeça para ver, eu furtava uma batatinha. O truque funcionou algumas vezes, mas ele logo aprendeu. E como se não bastasse, começou a aplicar contra mim. O feitiço virou contra o feiticeiro.
        Mas voltando à moça linda namorada do baixista: como já disse, ela tinha uma tara por batatinhas fritas, se engana quem pensa que ela era sutil. Ela pedia na cara-de-pau! Tudo bem, mas eu não dava. Ora, também sou fissurado em batatas fritas e nem aquele sorriso gentil me faria abrir mão de algumas delas. Costumava ameaçar furar com o garfo a mão de quem tentava se aproximar do meu prato. Mesmo quando era ela.
        Isso, porque eu achava uma injustiça alguém furtar batatas de um pobre músico trabalhador, que havia tocado a noite toda e estava completamente esfaimado. O arroz, ninguém pedia!
        Mas não pensem que ela se comovia com o fato. Quando chegava a comida, ela já pegava o saleiro, salgava as batatas e se punha no grupo de risco de pessoas furadas com garfos. Mas acabei aliviando... em alguns momentos eu deixava que ela pegasse uma. Uma só! Mas eu sabia que era um risco para as minhas batatinhas. Logo, outros começaram a pedir. Precisei me isolar para comer. Ou pedia que fizessem uma “quentinha” pra levar pra casa!
        Tá bom, posso ser egoísta. Da próxima vez eu vou pedir o filé sem batatas e uma porção maior de arroz. Será que alguém vai querer?
        Para finalizar, gostaria de mandar um grande beijo pra essa moça que hoje é uma grande amiga minha (ela não guarda rancores — sorte minha!) e um abraço pro namorado dela, um excelente músico e um grande amigo também.  Vocês dois levantam o astral de qualquer um!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

TÁ TODO MUNDO DOIDO

          Mulher é barrada em loja do Mc Donalds, na Inglaterra, por tentar comprar lanche no drive thru guiando uma carroça puxada por um cavalo. Tá bom, muitos podem dizer que é discriminação e a mulher, claro, reclamou. Mas isso me faz indagar: que diabos ela tem na cabeça para ter uma idéia dessas? Por que as pessoas insistem em ter idéias idiotas?
           Você deve estar se perguntado “qual o problema?”, não é?  Ok, vou dizer o que penso: Não passa pela cabeça da moça que um cavalo é um animal e a lanchonete vende comida? Não passa pela cabeça da mulher que o focinho do cavalo vai ficar próximo da janela onde estão os funcionários e alguém poderia levar uma mordida? Não passa pela cabeça da pessoa que o ambiente pode assustar o bicho? O que está acontecendo com o mundo, afinal? Ficamos todos malucos? Ou será que ela pretende processar a empresa pra ganhar alguns trocados?
 

quarta-feira, 25 de maio de 2011

EVOLUÇÃO

E
u acho que o trânsito de São Paulo deveria acompanhar a Teoria da Evolução, de Darwin. Como nessa teoria, os veículos deveriam vir sem as partes que não são mais usadas e deveriam ser desenvolvidas novas peças, ao longo do tempo, que se tornaram mais necessárias. Dou um exemplo: a seta. Não se usa mais seta. Pra nada. Já seria uma economia no processo de fabricação se os carros viessem sem seta. Ninguém mais usa, virou coisa de fresco. Outro exemplo é o retrovisor. Deveria vir só com um, o de dentro do carro, pra que a s mulheres possam se maquiar e os homens possam cutucar o nariz. O uso do retrovisor, hoje em dia, se resume a isso. E os ônibus então, com aqueles retrovisores enormes, que nem pra isso servem? Seria mais útil se em vez de espelho, o retrovisor do ônibus fosse uma placa, apontada pros lados, onde os outros motoristas poderiam ler algo do tipo “Te cuida. Vou te fechar a qualquer momento. Esse é o único aviso!”.
Já a buzina, essa sim, é bem usada hoje em dia. Como é muito usada, a evolução não permitiria que simplesmente sumissem com ela. Mas não foi criada uma defesa contra essa arma predatória. Eu sugiro que os carros venham com um novo item evolutivo: dispositivos anti-buzinas. Assim como alguns animais usam a voz para intimidar suas presas, e essas, por sua vez, arrepiam os pelos para parecerem maiores, os carros deveriam ter algo parecido. Passa a motoquinha fazendo aquele pipi irritante, o carro já cresce automaticamente na frente do pentelho.
Outro dispositivo interessante seria algo contra os chatos que insistem em mostrar pros outros o que estão ouvindo. Geralmente de péssima qualidade, a  música que eles nos impõe, atrapalha nossos reflexos. Não conseguimos, por exemplo, ouvir uma ambulância que está vindo. Por isso eu sugiro um mecanismo de defesa semelhante ao do gambá. Como os pretensos DJs andam sempre com os dois vidros abertos, ao parar ao lado do carro de uma doce senhora, por exemplo, o carro dela emitiria um esguicho bem fedido dentro do carro agressor, atingindo em cheio o estofamento. Essa porcaria levaria meses para sair.
Mais uma idéia legal, dessa vez para os apressadinhos que piscam farol alto atrás de nós: um dispositivo feito de material que reflete a luz. Bastaria ter um desses instalado para que o imbecil sofresse com sua própria chatice!
Só não encontrei ainda modos de defesa contra os distraídos que esquecem de acender os faróis a noite, contra os cretinos que esquecem o pisca alerta aceso e o pior de todos: aquela luz neón cafona que muitos insistem em ter embaixo dos carros.
Aceito sugestões.

terça-feira, 24 de maio de 2011

GRAMATICADOS X LINGUISTICOS

Os linguisticos dizem que num tem certo e errado.  Daí fica mó treta entre os cara e o povo que gosta da gramática. Pq tipo, os gramaticado fala que num ta certo o povo ir pa escola pa aprendê aquilo que nóis já sabe que é falar como nóis escreve pq tipo tem que aprendê a norma oculta.,e daí o peçoal do governo querem adotar os livro que insina errado os aluno.
Aí o profeçor num pode corrjir nóis pq senão  nóis sofre preconceito lingüístico mais tipo eu acho que aí né fica fácil paçar de anus.pq aí os aluno fica burro e fica fácil dominar agente pq nóis num entende o que rola no jornal e aí né eles mata tipo dois coelhos com uma caixa dagua só!!!!!!!! Aí fica aquela treta dos inferno pq nóis num aprende o serto e nóis fica com fama de burro pq ninguém concerta as burrada nossas. Mais tipo assim até rola de paçar de anus e entrá numa facoldade e o diabo aquático pq eles num póde corrigir nóis mais. Mais aí eu fico pensano si num é melhor tirá as aula de portuguêis das escola duma veiz pq tipo nóis já fala açim então pra que mudá isso se nóis vai aprendê nada di novo né???!?!!!?!
Os lingüístico alegram disendo que isso faiz parte da evolussão do indioma e que é açim que a língua evolui, , mais tipo minha língua continua igual tava ontem verde por causa que comi muita bala. Mais os mano gramaticado diz que num pode açim pq nóis preciza de aprendê a tal da norma oculta mas só conhesso a norma vizinha, que mora do lado aqui uma sra. Muito da simpática até! Ai os gramaticado dis que o governo quer plantar esse lansse aí dos livro que dis que o plural num precisa de concorda com o sujeito e eu até sei pq tem muito sujeito que eu Tb num concordo mais tipo né,, sei lá se nóis fala açim mesmo pq num deixa entaum nóis em páis? Já fizeram mó onda com o negossio do acordo horto-grafico que nem sei como que fica tudo agora pq se bombear a gente só si confundi mais.
O q nóis qué mesmo é fumá maconha em páis e fazer o xurras em bairro de bacana e sperá pela copa do mundo. E pode vim copa, cuzinha, e quartinho de empregada qui si for do mundo e tivé bola nóis ta dentro pq agente gosta mesmo é de farra e festa e carnaval e xurrasco e bunda.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

HÁBITOS

Estive pensando em como certas coisas são curiosas. Existem certos hábitos que as pessoas costumam fazer sem perceber. E nunca se questionaram sobre isso. Por que fazemos desse jeito e não de outro?
Vejam, por exemplo, o caso do pedaço de pizza: alguém já se perguntou por que sempre começamos a comer pela ponta em vez de começar pela borda? Confesso que também sempre começo pela ponta e só notei isso recentemente. Mas qual o sentido disso tudo? Existe, por acaso, uma ordem convencionada sobre a forma correta de começar a comer um pedaço de pizza?
É importante saber que muitos dos nossos hábitos vêm do simples ato de olhar como nossos semelhantes fazem as coisas. Acho que muito disso vem da mesma forma que adquirimos a capacidade de nos comunicar, como o aprendizado da linguagem, significação de palavras e como nos expressar. Ninguém nunca parou para se perguntar o real motivo da palavra porta significar porta? Por que porta, não pode ser chamada de ovo? Ora, a resposta para isso é simples: chamamos porta porque se falarmos ovo, nosso interlocutor não conseguirá entender o que estamos dizendo. Isso é uma convenção. Foi convencionado assim. Simples.
Mas no caso do pedaço de pizza, acho que não importa por qual lado você vai começar a comer. Mas pode perguntar para qualquer pessoa se ela sabe explicar o real motivo de começar a comer pela ponta. Além de um provável “sei lá”, dificilmente ela te dará uma resposta satisfatória. É provável que ela até comece a comer pela borda, só para te provar que não há nada errado nisso e tanto faz o lado pelo qual se começa. A única diferença é que, se começar pela borda, você vai demorar um pouco mais para sentir o gosto do recheio. Se levarmos em conta o tamanho do pedaço, a diferença de tempo quase nem será notada.
Nunca vi ninguém começando a comer pela borda. Mas talvez alguém já tenha visto. O que eu acho que ninguém nunca viu, foi alguém comer a borda e a ponta de forma intercalada. Sem se preocupar muito pelo lado que vai começar. Será que existe alguém que faça isso? E se existe, será que saberia explicar o motivo?
Neuras à parte, com licença. Sobrou um pedaço de pizza do final de semana e vou agora, em nome da ciência, tentar começar a comer o pedaço com o recheio virado para o prato! Espero que isso não me cause grandes transtornos.

sábado, 21 de maio de 2011

RECLAMÃO

Minha avó me dizia que é importante ler o jornal para não ficar sem saber o que acontece no mundo. Hoje eu faço isso e digo que seria melhor ficar alienado, sem saber o que estão aprontando por aí. O problema é que muito do que acontece nesse país é cobrado de nós, mesmo que indiretamente.
Vejamos um exemplo: eleições. Como se manter alheio às eleições se somos obrigados a votar? Podemos viajar, não comparecer e não votar. Mas precisamos justificar a ausência. Sem o jornal ou outra fonte de informação, não saberíamos aonde ir e como proceder. Se não fizermos isso, não temos como conseguir um emprego, por exemplo, ou tirar um passaporte.
Mas confesso que os meios de informação me deixam sempre meio para baixo. Triste, para falar o português correto. Não poderia ser diferente, claro. Foram os jornais que me avisaram que o Palocci multiplicou por vinte o seu patrimônio. Foram os jornais também que me alertaram sobre todas as falcatruas políticas dos presidentes, deputados, senadores, prefeitos, governadores... A televisão, por sua vez, me apresentou ídolos da nova geração, como Justin Bieber, Luan Santana, Restart... Como não entrar em depressão?
Agora, a moda nova é atacar o Danilo Gentilli, pela piada politicamente incorreta que ele fez no twitter. Ora, todos nós sabemos que piadas são, por definição, politicamente incorretas. Não gostou? Não ria! Deixe o coitado falar as bobagens dele para quem quiser ouvir. Acho que o único que conseguiu fazer humor sem pisar no calo de ninguém foi o Chaves. O problema é que o seriado já não tem mais graça. Afinal, as piadas são todas repetidas!
Isso me lembra que, há alguns anos, o Tiririca foi atacado por ter lançado uma música na qual ele cantava algo do tipo “os cabelo da nêga”. Na hora, desocupados de plantão, foram atrás de processos e ataques verbais contra o pobre palhaço. Não preciso dizer que a historia terminou com o “racista” sendo eleito o deputado com maior número de votos. E a pergunta que não quer calar: onde estão aqueles que tentaram se promover acusando-o de racismo?
Mas perguntem se sou capaz de passar um dia sem ler, pelo menos as manchetes do jornal, ou sem bisbilhotar a internet à caça de assunto? Claro que não! Afinal de contas, sem esses meios, como vou reclamar?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

FOLHAS

De segunda a sexta, costumo acordar as seis horas da manhã para ir para a aula. Levanto xingando o despertador, mas a raiva vai dando lugar à fome enquanto pego o jornal e vou até a cozinha. O barulho do trânsito já começa a incomodar. O ponto de ônibus em frente à janela do meu quarto já acumula pessoas e o barulho dos motores avisam que mais um dia está para começar.
Depois do café, tomo um banho e vou para o quarto. Abro a janela mais ou menos sete da manhã. Todos os dias. Gosto de olhar a rua antes de sair de casa.
Ultimamente tenho notado a figura de um velho, que todas as manhãs abre o portão de sua casa, do outro lado da rua, bem em frente ao meu prédio, e, com uma vassoura na mão, começa a varrer sua calçada. Totalmente alheio ao mundo que o cerca. Ele simplesmente varre. Fico por uns cinco minutos observando tamanha paz em sua atitude. Com a idade que ele aparenta ter, entre setenta e oitenta anos, ele me passa a impressão de que está de bem com a vida. Parece que os problemas dele se resumem em limpar as folhas das árvores que caem e sua calçada. Ele varre com paz de espírito do dever cumprido.
A essa altura, ele já deve ter criado seus filhos, já deve ter trabalhado bastante e aproveita a tranqüilidade que sua idade pode proporcionar. É interessante como logo de manhã, ainda livre do stress do dia, posso enxergar tanta coisa boa no simples ato de varrer.
Talvez, se eu o visse em um outro horário qualquer, fazendo a mesma coisa, eu não conseguiria enxergá-lo dessa forma. Envenenado pelo caos do trânsito e pela violência do stress cotidiano, não acharia estranho se eu simplesmente o ignorasse.
Durante o dia, eu penso no meu futuro, na casa em que quero morar, na mulher com quem quero me casar. Penso no emprego que quero ter e em não esquecer de pagar as contas do mês. Mas às sete horas da manhã, desejo que meu futuro seja simples assim. Acordar cedo por vontade própria e levantar da cama com a grande preocupação do dia: limpar as folhas que caíram em minha calçada.


quinta-feira, 19 de maio de 2011

BOBAGENS

Eu gostaria de atualizar o blog com algum texto interessante. Algo criativo e engraçado. Ou, pelo menos, algo polêmico. Mas estou diante do editor de textos com uma tela e branco. E minha mente também está branca. Estou sem idéias para criar um texto curto, com algum conteúdo que faça valer a pena a visita de quem costuma ler o que escrevo. Mas, pelo jeito, vou ser obrigado a escrever alguma bobagem. Meus leitores, que já não são muitos, podem diminuir ainda mais depois de hoje.
Isso tem nome: crise de criatividade. Como alguém, que se propõe a escrever para algum público, por menor que seja, se deixa abater por uma crise de criatividade? Será que acontece com todos? Muitos dizem que sim, mas a verdade é que todos estão aí produzindo, enquanto eu estou parado.
Começo a pensar em alguns assuntos, mas nenhum me esclarece muita coisa. Passo então a ler notícias pela internet, na esperança de que alguma coisa me direcione. Mas não há nada. A única coisa que achei divertida foi a notícia (super importante, por sinal) de que Steven Tyler — vocalista da banda Aerosmith — já tentou ser gay e não gostou. E que costuma usar as roupas da filha. Mas não quero fazer piada disso para não ser processado. Pegamos essa mania do politicamente correto e ignoramos o fato de que humor se faz com o ridículo das situações. E toda situação tem algo de ridículo. Mas como hoje tudo é preconceito, prefiro não falar nada.
Resolvo fazer um texto dizendo como é difícil escrever. Mas vejo que isso é uma grande mentira. Escrever é fácil. Difícil é digitar sem erros. Penso em colocar algum texto já feito para garantir a atualização. Seria uma idéia boa, se não fosse pela possibilidade de precisar usar outros textos já prontos em vários dias, acabar com todos eles e a crise de criatividade ainda continuar. Então, é preciso forçar um pouco.
Estou forçando. E o texto está sendo escrito. Depois de pronto, é só revisar. Depois de revisado, basta postar e ver no blog como ficou. É nessa fase que geralmente eu vejo todos os erros que deixei passar durante a revisão.
Pronto. Terminei. Agora, peço licença para tomar um merecido café.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

DIFICULDADE

Certa vez na faculdade, um professor pediu que levássemos um texto qualquer para a aula seguinte. Poderia ser uma poesia, uma notícia, uma entrevista, uma piada, enfim, qualquer tipo de texto. A autoria poderia ser própria ou não. O nível de formalidade também era livre. Esse diálogo, de minha autoria, foi o que escolhi para levar.

Personagem 1- Opa...
Personagem 2- Opa...
Personagem 1- O que está fazendo?
Personagem 2- Estou tentando escrever um texto.
Personagem 1- Pra quê?
Personagem 2- Pra faculdade. O professor pediu.
Personagem 1-  Entendi. Quer ajuda?
Personagem 2- Não. Prefiro fazer sozinho.
Personagem 1- Mas você não está conseguindo...
Personagem 2- Estou com dificuldade em achar um tema interessante. Não sei por onde começar...
Personagem 1- Comece assim: “Querido professor...”
Personagem 2- Hum... não acho bom um estudante universitário começar um texto com “querido professor”. Além disso, existe um outro problema...
Personagem 1- Qual?
Personagem 2- Tem gente que me atrapalha, não me deixa pensar...
Personagem 1- Hum... isso é chato mesmo.
Personagem 2- Põe chato nisso! Sabe como é, tem gente que não se toca de que está atrapalhando...
Personagem 1- É verdade. Graças a Deus eu tenho bom senso...
Personagem 2- Dá pra perceber isso...
Personagem 1- Que bom que notou!
Personagem 2- É. Notei. Agora, por gentileza, eu preciso terminar esse trabalho...
Personagem 1- Te ajudo! Que tal começar assim: “batatinha quando nasce...”
Personagem 2- Não! Por favor...
Personagem 1- Não pode ser poema?
Personagem 2- Pode sim. Pode ser qualquer tipo de texto, mas esse poema é muito básico.
Personagem 1- Qualquer tipo de texto?
Personagem 2- Sim... conto, diálogo, poema, piada...
Personagem 1- Piada! Conheço várias boas...
Personagem 2- Chega! Poderia me dar sossego?
Personagem 1- Sim claro. Mas me diz uma coisa... pode ser qualquer texto?
Personagem 2- Ah, meu Deus!
Personagem 1- Boa! Escreva uma oração!
Personagem 2- Você poderia sumir daqui? Já incomodou bastante!
Personagem 1- Só estou tentando ajudar...
Personagem 2- Mas está atrapalhando!
Personagem 1- Mas me sinto na obrigação de ajudar, desde quando você me salvou daquela enchente na última chuva de granito!
Personagem 2- Granizo...
Personagem 1- Sim... te devo minha vida!
Personagem 2- Preferia que você não me devesse nada...
Personagem 1- Não me fale em nadar! Tenho trauma de água desde a última chuva. Tive de ser remoído pro hospital...
Personagem 2- Removido! E fui eu que te levei.
Personagem 1- Eu lembro...
Personagem 2- Agora, por favor, retire-se e me deixe escrever...
Personagem 1- Tô deixando... tô deixando...vou ficar quieto.
Personagem 2- Ótimo! Mas fique quieto lá longe, ok?
Personagem 1- Ok... Só mais uma coisa...
Personagem 2- Ah, meu Deus!
Personagem 1- Por que você não escreve essa nossa conversa?
Personagem 2- Deus me livre! O professor me daria nota zero se eu fizesse isso...

terça-feira, 17 de maio de 2011

TROPEÇOS

Outro dia recebi um livrinho de divulgação de um prédio que ainda estava em construção e a construtora já havia começado a vender as unidades. Há não muito tempo, essa divulgação era feita nos semáforos, com pessoas distribuindo folhetos. Hoje são livros, praticamente manuais de instrução de funcionamento, como se o apartamento fosse uma máquina. E a tendência, pelo que vejo, é essa mesma: transformar as residências em máquinas.

Os computadores controlam tudo hoje em dia. Nesse prédio, por exemplo, ao chegar em casa, o morador usa um controle instalado na parede, perto da porta, para controlar a temperatura do ar-condicionado, volume do som (há caixas de som espalhadas pelo apartamento todo), intensidade da iluminação e etc. Estamos na era da preguiça.

Alguns podem achar que essas facilidades são boas, poupam o tempo, já tão escasso nos dias de hoje, facilitam mesmo a vida. Outras acham que chegamos ao ápice da preguiça. Afinal, já é possível fazer praticamente tudo sem sair de casa. Agora, estamos caminhando para fazer tudo sem sair do sofá. Eu ainda não tenho uma opinião formada a respeito. Embora eu tenha vontade de morar em um apartamento todo automatizado, fico pensando que, no caso do controle quebrar, não vou conseguir nem abrir as cortinas.

Os arquitetos e engenheiros estão pensando em absolutamente tudo. Ou quase. Eles ainda não pensaram em gente como eu, que toma muito cuidado ao andar na rua, a pé ou de carro, mas se acidenta em casa. Eu ainda não sei como minhas canelas ainda estão inteiras. Sou daquele tipo de gente que quando derruba alguma coisa, ao tentar pegar antes de cair no chão, acaba derrubando tudo que está pelo caminho. Tropeços, quedas e objetos quebrados fazem parte do meu cotidiano. Sou daqueles que espirram na frente de um cinzeiro cheio, ignorando completamente todos os outros espaços vazios ao lado. Tenho medo de estantes, porque sei que qualquer dia, quando eu pegar um livro, elas cairão em cima de mim.

Certa vez, dormindo, senti frio. Puxei o cobertor, mas senti que estava um pouco pesado. Achei estranho, acendi a luz e vi que o que me cobria, era o quadro, que deveria estar na parede e que, em algum momento, eu derrubei. Também já acordei com o abajur em cima da minha barriga. E eu tinha o costume de deixar meu cinzeiro em cima da minha barriga enquanto lia antes de dormir. Certa vez, eu não estava com o cinzeiro lá, mas fui apagar o cigarro mesmo assim...

Talvez os arquitetos pensem em pessoas como eu na hora de criar esse tipo de apartamento. Afinal, quanto menos andarmos, menos vamos bater o dedinho nos pés dos móveis. Mas eles não podem esquecer que o controle remoto é um objeto. E como tal, um dia, será perdido em algum lugar que, com certeza, vai me causar outro acidente.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

ERUCTEMOS, POIS!

Incrível. Acabei ler um blog, que por razões óbvias não vou dizer qual é, que coloca alunos de uma universidade disputando o primeiro lugar em algumas categorias de gêneros literários, como forma de estimular a produção de textos. Não convém dizer quais são os prêmios, mas de forma geral, os textos são bons. O que me incomoda um pouco é a pseudo-intelectualidade de gente que bebe groselha e vomita champanhe importada, afastando-se de quem realmente são. Influência de poetas e compositores, muitos dos quais eram obrigados a disfarçar o que diziam para que não houvesse uma perseguição por parte dos militares. Pois esse tempo acabou, mas as conseqüências ficaram.

Acho interessante um trabalho artístico bem acabado. Eu mesmo tento dar o melhor acabamento possível aos meus textos. Mas faço isso sem fugir da minha personalidade. O bom acabamento é fundamental para a beleza da arte, seja qual for. Mas devemos sempre lembrar que a arte é um reflexo de seu tempo. Além de ser o reflexo de seu artista. Portanto, o artista que bebe groselha, deverá arrotar groselha. Para continuar sendo o que é, para continuar mostrando suas influências, de onde veio, o que sabe sobre o mundo. A beleza não está em transformar groselha em champanhe e sim em mostrar que groselha também é bom, embora não seja adequada em determinados contextos.

Quem lê esse texto pode inferir que eu sou contra a linguagem formal. Porém, essa é uma conclusão errada. Sou contra o uso da linguagem formal quando esta não faz parte do cotidiano do artista. Pelo puro prazer poético, pelo simples fato de que é assim que se faz ou pelo “aprendi com os outros”. O grande declínio da arte por essas terras se dá justamente pela falsidade artística a qual somos submetidos. “Se Chico escreve assim, vou escrever assim também”. Ora, não sou ele. Não tenho a idade dele, muito menos a experiência de vida dele. Por que devo escrever como ele se a minha realidade é outra?

A originalidade está aí mesmo, bem ao seu lado. Olhe em volta. Olhe para as pessoas que te cercam, para seus objetos pessoais, olhe para a escola onde você estudou, seus pais. A inspiração do grande artista vem disso e não do dicionário.

Ou, corra o risco de criar um colóquio para que um quadrúpede ruminante cavicórneo, tipo da família dos bovídeos, possa se entregar ao estado fisiológico caracterizado pela insensibilidade dos sentidos.

domingo, 15 de maio de 2011

DOMINGO

Que graça tem o domingo? Para mim, nenhuma. Nunca teve. Domingo representa o fim daquilo que mais se espera, é um resumo da frase que diz que o que é bom dura pouco. E dura pouco mesmo. Domingo é o dia que se passa inteiro de ressaca, com dor de cabeça, de pijama, é o dia da perda da esperança de se fazer algo a noite além de dormir. Domingo é o dia em que se dorme tarde por ter dormido tarde no sábado e acordado tarde no domingo. Mas não tão tarde, afinal, segunda-feira é dia de trabalhar, ir para a escola, faculdade...

É no domingo que se estuda para a prova da segunda-feira. O domingo é o dia se preparar psicologicamente para o trânsito do dia seguinte. É o dia da missa, do macarrão em família (essa parte é boa). É o dia em que a televisão deve ser desligada.

Na minha opinião, o sábado é o melhor dia da semana. Na sexta começa o final de semana, mas ainda é dia de trabalho, ainda estamos cansados, acordamos cedo. O Sábado é o dia livre, quando se pode acordar tarde, dormir tarde, é o verdadeiro dia de descanso, pelo menos para alguns. Sábado é o dia de ficar despreocupado, de encher a cara o dia todo, não só de álcool, para quem bebe, mas de tudo aquilo que representa lazer: encher a cara de filmes, de baladas, de livros, jogos... Sábado é dia de churrasco, não domingo.

O domingo precede a segunda-feira, dia de entrar no regime. É dia de adaptação, é o dia que se cura a doença do sábado, o dia que devemos usar para nos preparar pro barulho, poluição, stress...

A segunda-feira é o dia de se conformar que é segunda-feira. É o dia em que devemos dizer “bem, aqui estamos de novo”. O domingo é o dia em que dizemos “bem, lá vamos nós de novo, amanhã”.

Quando eu trabalhava como músico, tinha os horários invertidos e vivia todos os dias como se fossem sábados. A minha quinta-feira era o domingo da maioria. A sexta sempre foi minha segunda. Mas isso estava longe de ser bom. Porque para mim era assim, mas para a minha família e amigos, não era. Ou seja, eu vivia um final de semana falso, vivia dias que eu não podia aproveitar como um final de semana, já que os outros estavam vivendo a semana. E o final de semana, onde todos confraternizavam, eu estava trabalhando...

Acho que a melhor coisa que fiz foi entrar na faculdade e voltar a viver a semana e o final de semana nos dias certos, acordar cedo, aproveitar o dia e ver a luz do sol. Apesar do drama do domingo...

sábado, 14 de maio de 2011

A BAGUNÇA DO METRÔ

Esse episódio da construção de uma estação de metrô em Higienópolis está causando uma confusão tremenda. Claro. Uma cidade como São Paulo, que é uma das maiores cidades do mundo e que sofre diariamente com o trânsito caótico, já deveria ter metrô espalhado por todo canto. Essa discussão, se houvesse, deveria ter acontecido há muitos anos. Não agora. O que está acontecendo, no meu modo de ver, é apenas uma corrida para arrumar a cidade para a copa do mundo. Ou seja, mais uma vez, quem mora aqui ficou pra trás. Porque há anos vivemos aqui e a melhora só acontece quando existe a possibilidade de uma invasão de visitantes gringos na cidade.

Por um lado, eu entendo a preocupação dos moradores do bairro. Por outro, admito a real necessidade de uma cidade desse tamanho. Mas não podemos admitir que a vontade de alguns prevaleça sobre a vontade da maioria. Democracia é isso. Mas me revolta um pouco a atitude do governo de planejar uma estação em um bairro onde nem todos dependem do transporte público, enquanto há outros lugares praticamente esquecidos em que uma estação de metrô seria muito melhor aproveitada. Não estou defendendo os moradores de Higienópolis, apenas acho que existem lugares com maior necessidade.

Mas o que me espanta de verdade não é a discussão em si, mas o modo como o povo, em geral, reage diante dessas situações. O tal churrasquinho, por exemplo, é uma manifestação infeliz. Já dá para perceber como a preocupação dos moradores não é infundada, uma vez que para impedir a construção do metrô por ali, eles fizeram um abaixo-assinado, enquanto os revoltados de plantão já organizaram uma farra com bastante barulho, feita para incomodar mesmo. Inclusive, li no jornal, que até trotes e ameaças o presidente da associação recebeu. Na minha humilde opinião, se é que interessa pra alguém, esse churrasquinho só serviria para dar razão aos “riquinhos”, como foram chamados os moradores. O povo adora uma bagunça. E quanto menos civilizada for a manifestação, melhor. O intuito é esse mesmo: bagunçar, atrapalhar os outros, fazer barulho... Toda manifestação é assim. Alguns defendem que precisa ser assim para chamar a atenção das autoridades. Eu discordo. Se um abaixo-assinado dos cidadãos contrários à construção chamou a atenção do governo, um outro abaixo-assinado reunindo as assinaturas dos favoráveis, chamaria muito mais. Não precisa incomodar. Até porque, o churrasquinho incomodaria outros moradores que são favoráveis à estação. Precisamos ser mais civilizados.

Outro ponto que gostaria de falar é a falsa liberdade de expressão que temos aqui. Podemos falar aquilo que quisermos, contanto que não vá contra a opinião da maioria. Veja bem: os tais “riquinhos” são cidadãos que tem todo o direito de se manifestar contra ou a favor de qualquer coisa. Assim como nós. Porém, ao fazer isso, sofreram ameaças, trotes e ganharam o apelido de “riquinhos”, em tom ofensivo, pelos cidadãos inconformados com a posição deles. Sinto até um traço de inveja, uma vez que a maioria dos indignados não tem condições de morar em um apartamento em Higienópolis. Por que xingar ou ofender se eles estão exercendo o direito de manifestar a opinião deles? Assim como nós exercemos o nosso, mas nenhum cidadão contrário à obra ameaçou alguém. De qualquer forma, a bagunça não é necessária.

Temos hoje o auxílio da internet e redes sociais a nossa disposição, gratuitamente, para organizarmos uma resposta civilizada contra aquilo que nos incomoda. Manifestações são sempre desordeiras, muitas vezes geram violência e sempre atrapalham aqueles que não querem se envolver (com todo o direito também), mas precisam (ou querem) passar por ali.
E se o seu comentário for algo do tipo “na Europa também se faz manifestações”, não precisam nem se preocupar em postar. Temos que seguir o bom exemplo que vem de fora e não o mau. E precisamos fazer do Brasil, o nosso país, um lugar civilizado para nós mesmos. Não para os gringos.

SUPERIORIDADE

Ah, como tem gente chata nesse mundo. Credo. Gente que fala muito, em exagero. E coisas que muitas vezes são difíceis de acreditar. E tem gente que exagera pra todo lado. Na maioria dos casos, são pessoas com complexo de inferioridade, que fazem questão de falar alto e contar mentiras pra ver se chamam a atenção. Gente que te interrompe, como se o que você estiver falando não fosse do interesse de ninguém.

Os que mais me impressionam (não pelo conteúdo do que dizem, porque geralmente é mentira, mas pela necessidade de se sentir superior) são aqueles que sempre tem mais ou melhor do que você. Tudo, absolutamente tudo deles, é maior. Ou melhor. Por exemplo, você pode dizer que está com sono porque dormiu uma hora da manhã. Esse tipo de pessoa responde algo do tipo: Eu fui dormir as três. Ou quando você está orgulhoso porque conseguiu comprar algo por um preço barato, o sujeito diz em seguida que comprou o mesmo item mais barato que você. Até mesmo em coisas negativas, ele é superior. Por exemplo: “minha mulher me pôs um chifre”, você diz. Ele responde: “minha mulher me pôs dois!” Ah tá.

Eu não falo nada para não ser estúpido, mas a vontade que tenho é de perguntar, grosseiramente, se o sujeito vai resolver o meu problema só porque o dele é maior. Ora, se digo que devo mil reais pro banco e o cara responde que deve dez mil, a minha dívida será esquecida, por acaso? Certa vez peguei uma virose e cancelei o ensaio da minha ex-banda. Um dos integrantes respondeu estupidamente que ele já foi ensaiar com dor de barriga. Primeiro: virose não é apenas uma dor de barriga. Segundo: o fato dele ser burro o suficiente para ensaiar com dor de barriga, vai aliviar a minha doença? Quer dizer, seu problema desaparece só porque o outro tem um problema pior? Nem vem!

Cada um tem as suas limitações. Isso faz dos problemas pessoais, uma coisa única. Você pode ter o mesmo problema que eu. Mas só vai se virar pra resolver o seu. Portanto, não me venha dizer que a sua situação é pior, oras! Quem vai pagar as minhas dívidas, tomar os meus remédios ou dormir o meu sono, sou eu. E mais ninguém! E não me encha o saco!

Isso sem contar aqueles que te subestimam. E depois ficam com cara de trouxas, quando você mostra o que é capaz de fazer. Certa vez, um sujeito me desafiou para um jogo de damas. Empinou o nariz e assim ficou enquanto distribuía as peças. Deixei que ele tomasse duas pedras. Em seguida, tomei cinco peças dele. Não sou expert nesse jogo, já perdi muito mais do que ganhei, mas ele deu chance. Estava tão ocupado me achando um imbecil, que nem percebeu a abertura que estava me dando. Ganhei o jogo de lavada, porque eu estava prestando atenção no tabuleiro e não estava nem um pouco preocupado em me exibir. Desafiei o figura pra outra partida. Ele amarelou.

É raro eu conseguir me “vingar” desse jeito. Mas quando acontece, eu adoro. E acabo me tornando igual à pessoa que tanto critico.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

FALA

Na faculdade, aprendi que existe uma outra abordagem para o modo como as pessoas falam e escrevem. Para a linguística, não existe certo e errado, conforme aprendemos na escola, através da gramática. Para essa disciplina, existe o adequado e o inadequado. O importante mesmo é a comunicação.

Desde então, tenho prestado um pouco mais de atenção ao modo como as pessoas se comunicam oralmente. É interessante notar que na escrita, muitas vezes, as pessoas costumam ser mais formais. Mas na fala...

Existem aqueles que têm pressa. Precisam falar o maior número de palavras possível dentro do menor tempo. É como uma corrida. Geralmente vale tentar interrompê-las. O resultado quase sempre é hilário. Fica ainda mais engraçado se a interrupção for feita por um falante que gosta de pronunciar letra por letra, da forma mais lenta possível. Faça isso e note como o apressadinho tenta aproveitar os espaços para continuar seu raciocínio. Já o apressadinho que tenta interromper o falante tranquilo, raramente obtém sucesso. Esses, de fala lenta, costumam concluir seus discursos mesmo quando são interrompidos.

Existem aqueles que sempre que começam a falar todos param pra ouvir. Porém, geralmente, ele começa seu discurso e esquece o que ia dizer logo após a primeira frase. Pronuncia onomatopéias, ruídos, gemidos, gagueja bastante e não conclui. Porque a essa altura, o assunto já mudou.

Tem também o tipo que fala muita gíria. O conhecimento de mundo do interlocutor precisa ir além da leitura diária dos jornais. Porque, tipo assim, se rola de não estar antenado no movimento, você não saca nada, manja?

Mas o tipo que eu acho mais engraçado é aquele que costuma criar uma introdução, geralmente grande e cheia de suspense antes de dizer uma coisa simples. Por exemplo, para dizer que é preciso trocar a água do cachorro, eles falam: " tem uma coisa que eu sempre faço mas hoje não poderei fazer, porque estou coma mão engessada, porque o tombo que levei na semana passada deslocou meu pulso, inclusive precisa fazer mesmo porque ja tá suja e não pode deixar assim (respira) que é trocar a água do cachorro". Seria melhor (e mais rápido) dizer apenas "poderia trocar a água do cachorro, por favor?"

Vale a pena observar o modo de falar das pessoas ao seu redor. Provavelmente existem mais jeitos de falar, mas com certeza você conhece alguém que se enquadra em um ou mais desses tipos.
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