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terça-feira, 22 de novembro de 2011

DIA DO MÚSICO

Hoje é dia do músico. Parabéns para todos eles. Eu, baterista acostumado a ouvir piadinhas, já me excluí dessa categoria. Afinal, bateristas são os melhores amigos dos músicos! Claro que isso tudo é brincadeira, tenho alma de músico e talvez um dia eu aprenda a tocar piano e me torne um!

Agora que já temos o nosso dia, que tal torná-lo um feriado? Seria uma boa. Mas melhor ainda, seria, sem dúvida, decência na classe artística. Já falei isso antes: não precisamos de um dia e sim de cachês honestos (para músicos de bandas cover e bandas de bar, que geralmente ganham bem menos do que músicos ou artistas grandes) que poucos lugares se propõe a pagar, mais trabalho (sem essa de contratar pseudo-músicos que tocam a troco de cerveja) e mais respeito da sociedade no geral.

Estamos lá, a noite toda, dentro de um bar, paquerando e bebendo, mas estamos sim trabalhando. Nosso trabalho nos permite fazer isso. Não é porque estamos no lugar onde você se diverte, que, obrigatoriamente estamos nos divertindo também. O trabalho do músico é mais livre sim, mas temos regras a cumprir que muitos nem imaginam: pra começar, não subimos ao palco na hora que bem entendermos. Existem horários a ser cumpridos. E nosso trabalho não começa logo após a sua segunda cerveja. Ele começou mais cedo, bem antes de você decidir ir até o bar, durante a passagem de som. E nem sempre o que estamos tocando é de nosso agrado. Tocamos apenas para o seu agrado!

Não vejo nada errado em poder me sustentar de arte. Até porque, para que a arte seja arte, é necessário muito trabalho. Por que então, geralmente, as pessoas acham estranho quando conseguimos pagar nossas contas e comprar um carro com o dinheiro ganho em bandas e acham super normal o indivíduo ter uma “fonte de renda” ? Música é trabalho sim e, além disso, envolve custos. Além de gastos com equipamentos e manutenção, é um eterno estudo. 

Mas o problema sai do macro e vai pro micro, da sociedade para a categoria. Muitos músicos contam com a boa vontade dos colegas para gravar, ensaiar e tocar de graça. Alguns vão até além: os músicos não são pagos, fazem o trabalho por amizade, mas os técnicos, estúdios e outros envolvidos em alguns trabalhos, mesmo sendo amigos, recebem. 

Então vemos que não podemos cobrar da sociedade e dos contratantes as atitudes que nós mesmos não tomamos. Por isso é preciso que a turma caia na real e torne a profissão decente, para que possamos, em um futuro próximo, cobrar dos outros o que é nosso direito.
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