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quarta-feira, 30 de maio de 2012

A ARTE DE DISFARÇAR


Ok, ok... Eu confesso! Foi hilário, ridículo e diurético! Eu assumo: caí do banco! Não por culpa minha, mas caí! O banco era de plástico! Parecia um banco daqueles pesados, feitos de madeira e metal, que ficam nos parques. A aparência era idêntica. Talvez eu tenha culpa apenas por me sentar muito na beirada, fora do ponto de equilíbrio formado pelos pés, mas se fosse um banco de madeira, jamais teria virado com o meu peso. Tudo bem, estou gordo, mas não sou capaz de virar um banco pesado apenas me sentando nele.

Tudo começou com a vontade de tomar um refresco para aliviar um pouco o calor do meio-dia. Resolvi seguir pela avenida 23 de maio até um posto de gasolina grande e simpático, com uma loja de conveniência grande. Foi ali que tudo aconteceu.

Ao adentrar o ambiente, estacionei o veículo em uma vaga, entrei na loja e peguei uma lata de refrigerante. Paguei e saí da loja e procurei algum lugar para me sentar. Achei o maldito banco. Abri a lata, puxei as calças para cima e comecei a me sentar para contemplar a singeleza de uma grande avenida movimentada da minha cidade.

Eu confesso ter achado estranha, em um primeiro momento, a sensação de não parar de descer, mesmo já tendo encostado no assento. Quando olhei para o meu lado direito e vi o outro lado do banco vindo em minha direção, eu percebi: estava caindo! 

O que aconteceu depois foi muito rápido: a dor no joelho devido à batida no chão (caí ajoelhado), minha testa encostando no retrovisor do carro estacionado à minha frente e a impressão de que todos os olhares do mundo estavam virados em minha direção.

Com o auxílio de apenas uma mão, me levantei com dificuldade, tentando desdobrar os joelhos e impedir que mais refrigerante fosse derramado da lata. Cuidadosamente coloquei o banco de volta no lugar, sem me atrever a olhar ao redor, e me sentei, desta vez mais para o centro, como se nada tivesse acontecido. A arte de disfarçar foi essencial.

terça-feira, 15 de maio de 2012

ANIVERSÁRIO

Eu até esqueci, mas dia 13 de maio de 2011 eu comecei esse blog com o texto "FALA". Isso quer dizer que no dia 13 de maio de 2012, o blog fez um ano.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A CULPA É NOSSA!


Um dos meus professores tem um discurso que eu acho, na realidade, um saco. Para ele, tudo é preconceito. Diversas vezes suas falas já me fizeram acreditar que existe sim uma censura velada promovida pelo discurso politicamente correto, conforme eu já desconfiava. Ou seja, a liberdade de expressão é limitada pelo politicamente correto e nada que fuja a isso pode ser dito ou feito. Eu tenho uma outra noção de liberdade, mas isso fica pra uma próxima oportunidade.

Mas hoje, enquanto batia pernas no shopping em busca de uma jaqueta, notei lixeiras coloridas para lixo reciclável, e me lembrei desse meu professor discursando sobre o assunto. Ele disse, certa vez, que acha um absurdo que empresas que usam ou fabricam produtos que podem ser reciclados, joguem a responsabilidade da reciclagem para o consumidor. Embora o discurso politicamente correto do professor às vezes me deixe emburrado, dessa vez eu concordei.

De fato, temos alguma responsabilidade nisso, mas acho que a maior parte deve ser empurrada para as empresas que optam pelo material mais poluente, mesmo podendo escolher outra alternativa. Mas não é isso o que acontece. A propaganda ecológica nos faz sentir culpa por consumir itens poluentes e nós abraçamos a causa, simplesmente aceitando a culpa sem questionar o motivo de não haver outra opção. E quando há, muitas vezes é mais cara.

Um caso que deu muito o que falar foi o das sacolas plásticas. Redes de supermercados resolveram ganhar uma grana a mais surfando na onda ecológica, simplesmente abolindo as sacolas plásticas que eram fornecidas para o empacotamento das compras e, no lugar, ofereceram sacolas ecologicamente corretas que, claro, deveriam ser compradas. Então, não há opção: Ou você compra a sacola retornável e fica de bem com o mundo ou não compra e termina por se sentir o pior dos seres, o grande responsável pela destruição do planeta, o crápula sovina que não gasta poucos reais em uma sacola que poderá mudar o destino da humanidade. E ninguém questiona que a grande rede de supermercados não abre mão de ganhar esses poucos reais (que multiplicados por milhões de clientes, vira um dinheirão)!

As antigas sacolas de papel foram substituídas pelas sacolas plásticas por opção própria das redes de supermercados. Agora, como descobriram que elas causam transtornos ao meio ambiente, resolveram cobrar dos consumidores uma atitude correta.

E é justamente nesse ponto que eu concordo com meu professor. As grandes redes e empresas que usam plástico ou algum outro produto ecologicamente incorreto é que deveriam tomar conta disso tudo, e não jogar a responsabilidade nas nossas mãos e ainda sair como heróis da história.

Os heróis somos nós, que precisamos acompanhar cada modismo, tomar cuidado com a nossa própria liberdade e ainda pagamos a conta!

domingo, 6 de maio de 2012

BUENOS AIRES — IMPRESSÕES


A impressão que tive de Buenos Aires foi bem interessante. Notei muitas coisas legais, algumas até que poderiam fazer por aqui. Os semáforos, por exemplo, acendem a luz amarela tanto antes de fechar (como é aqui) quanto antes de abrir. As ruas e avenidas são muito bem asfaltadas, não há buracos e o trânsito me pareceu bem melhor. Ouvi poucas buzinas e só pegamos um pouco de congestionamento na rua onde aconteceria o show de tango. É verdade que, de acordo com o que um dos taxistas me falou, muita gente viajou no feriado. Talvez por isso a cidade me pareceu bem calma.

Muitas ruas são estreitas, não vi padarias e há muitos taxis. Na verdade, o que mais vi por ali foi taxis e lojas Havanna, dos famosos alfajores. O clima estava frio, tempo nublado na maior parte do tempo e, logo no primeiro dia, uma garoa fina. O vento gelado nos acompanhou todos os dias.

A avenida nove de julho, a mais famosa, é muito larga. Muito mesmo. São umas quatro pistas com umas quatro ou cinco faixas cada uma, com canteiros no meio acompanhando a avenida. Fiquei impressionado com o tamanho. Acho que se pegarmos a marginal pinheiros como exemplo, a avenida ocuparia todo aquele espaço, incluindo o rio.

Muitos portenhos falam português, principalmente os comerciantes. Muitas lojas aceitam real, dólar e euro, além do peso. Vi muitos turistas americanos também. Mas acho que os brasileiros eram maioria.

A cidade é bem bonita, mas também existem muitos moradores de rua, lixo nas calçadas e muitas calçadas são esburacadas. Com certeza não é o melhor lugar do mundo para morar, mas me deu vontade de ficar por lá mais tempo. De maneira geral, me pareceu uma cidade mais organizada que São Paulo.

Um dos pontos que mais gostei, que não é exatamente um ponto turístico, mas atrai muita gente, é a livraria El Ateneo. É uma loja muito grande e muito bonita por dentro.  Antigamente funcionava um teatro lá. A aparência de teatro foi mantida, com camarotes por toda a volta, vários andares, e o palco foi transformado em uma cafeteria. Quem for pra lá, não deixe de visitar. Comprei três DVDs por um preço bem barato. Títulos que custariam caro por aqui. Mas apesar do real valer mais, nem tudo é bem mais barato. Instrumentos musicais, custam mais ou menos o mesmo que custam aqui. Algumas peças de artesanato são caras, mas em geral, produtos típicos de lá, como por exemplo objetos feitos em couro, são baratos. A cerveja é mais cara que vinho e, de acordo com o que a minha tia disse, os restaurantes ficaram mais caros, embora ainda sejam mais baratos do que os de São Paulo.

Outro lugar bem legal por dentro é a Galeria Pacífico. Na realidade, essa galeria não passa de um shopping Center, com muitas lojas, praça de alimentação, enfim, nada muito diferente daqui. Só o teto chama a atenção, por ter pinturas bem bonitas.

Sim, vale a pena voltar lá muitas vezes. 

Galeria Pacífico

Uma das várias lojas Havanna que existem lá

Interior da livraria El Ateneo

Teto da Galeria Pacífico

sábado, 5 de maio de 2012

BUENOS AIRES, TERÇA, 01 DE MAIO


O despertador toca uma hora mais cedo, às sete e meia da manhã. Precisamos levantar mais cedo para não perder o city tour programado para a manhã do nosso último dia na cidade do tango. O ônibus passou às nove e meia para nos buscar e nos levar aos principais pontos turísticos da cidade. Alguns eu já havia visitado e outros estavam fechados, afinal, era feriado lá também.

Não vou lembrar a ordem exata dos lugares que visitamos, mas o ônibus passou na praça de maio, onde fica a Casa Rosada, escritório dos presidentes argentinos. Ficamos lá por mais ou menos vinte minutos, para tirar fotos e andar um pouco pela praça. Passamos pelo estádio do Boca Juniors, que poderíamos visitar ao preço de 40 pesos. Alguns desceram do ônibus e fizeram a visita. Eu e minha tia preferimos esperar. Não vemos muita graça em futebol. Passamos pelo bairro caminito, onde descemos e ficamos dando algumas voltas por lá, também com o tempo contado. Depois o ônibus passou em puerto madero, que visitamos anteriormente e o último local antes de voltar ao hotel foi o bairro da recoleta. Algumas pessoas, entre elas eu e minha tia, descemos na lá mesmo. Eu, minha tia e uma mulher brasileira que conhecemos lá, fomos almoçar no mesmo restaurante que jantamos na primeira noite. De lá, pegamos um taxi e voltamos ao hotel para arrumar as malas. A viagem estava chegando ao fim.

Às cinco da tarde, o ônibus que iria nos levar ao aeroporto de Ezeiza passou no hotel. Andamos 30 km (o aeroporto é afastado da cidade) e durante o caminho, foi ficando aquele clima de “que merda. Lá vou eu de volta pro Brasil”.

Já no aeroporto, fizemos o check in e nos dirigimos ao portão de embarque. A fila era gigantesca. Primeiro para passar para a área dos raios-x, depois para passar pela imigração. Nós queríamos passar pelo free shop antes de embarcar, mas achamos melhor ir direto para o portão de embarque porque o horário estava apertado. Mas demoraram bastante para chamar o voo e até teria dado tempo de ficar no free shop um pouco. Tivemos de nos contentar com o free shop daqui mesmo.

O Voo de volta foi tranqüilo. Pousamos no aeroporto de Guarulhos, passeamos pelo free shop e eu odiei. Só tem bebida e maquiagem naquela porcaria. Depois foi só pegar o taxi e voltar pra casa. 

A viagem chegou ao final. E Buenos Aires deixou saudades.

Caminito

Praça de Maio

Casa Rosada

sexta-feira, 4 de maio de 2012

BUENOS AIRES, SEGUNDA, 30 DE ABRIL


Minha tia elegeu a segunda-feira como o dia das compras. Isso significava que eu teria muito ainda o que andar, além do que eu já havia andado. E não, não emagreci. O que perdi de calorias, ganhava de volta na refeição seguinte. 

A avenida Florida é o local das compras. Claro que existem vários outros lugares na cidade onde se pode comprar qualquer tipo de coisa, mas a Florida, talvez por ser uma rua onde o tráfego de carros é proibido, fazendo com que o trânsito de pedestres seja muito fácil e seguro, acaba atraindo muitos turistas, além dos próprios portenhos.

Lá tem de tudo. Uma espécie de 25 de março mais chique, menos barulhenta e mais segura e ordenada. Há um bom policiamento e as pessoas não se trombam. Também não é tão lotada de pessoas. Claro que é sempre bom guardar bem objetos de valor, como máquinas fotográficas, celulares e principalmente dinheiro. Nesse ponto, acho que nenhum lugar no mundo é 100% seguro.

Desde marcas famosas até artesanato, há de tudo por ali. Gastamos a manhã toda e parte da tarde andando pra lá e pra cá. O estômago começou a roncar de forma constrangedora. Minha tia, já na sua terceira visita à cidade, sugeriu algum restaurante em puerto madero, bairro onde ficar o porto, o cassino e a UCA (Universidade Católica da Argentina). O lugar é muito grande e há um museu naval, dentro de um navio, super interessante. Tirei muitas fotos lá.

No porto, escolhemos um restaurante bem legal, comida ótima e o ambiente, fantástico. Comer olhando rio é muito bacana. Passamos a tarde lá, entre almoço, a visita ao museu naval e a longa caminhada pelo porto. Saímos de lá à noite, voltamos para o hotel e do hotel, fomos ao famoso Café Tortoni. Lá comemos um pedaço gigante de torta de chocolate que estava ruim e fizemos amizade com um casal de Natal. Ela disse ser advogada e também disse estar fazendo doutorado em Buenos Aires. De lá, seguimos para o cassino. 

Em Buenos Aires, de acordo com o que me disseram, os cassinos são proibidos. Porém, o rio (rio Prata, se não me engano), é território nacional, mesmo estando dentro da cidade. Por isso, apesar da proibição dentro de Buenos Aires, se o cassino estiver na água, pode operar. Isso talvez explique o fato do cassino funcionar dentro de dois navios. A entrada, obviamente, é por terra. Ali, logo de cara, tem um restaurante e banheiros e um lugar pequeno para shows. Mais pra frente, há um corredor (que deve servir de “ponte” para a entrada no navio) e o cassino opera na água. O interessante é que, de fora, parece apenas uma construção em terra firme.

Na mesa de roleta, onde fui em primeiro lugar, eu perdi. Passei para as máquinas de roleta. O pobre funcionário do cassino deve estar até agora tentando saber de onde eu surgi. Ele falou em português, inglês e espanhol comigo. Eu entendia as três línguas. O que acontece é que às vezes, devido ao barulho, eu dizia não ter entendido. Em vez de falar mais alto, ele trocava o idioma. 

Quando comecei a ganhar alguma coisa na máquina, senti alguém cutucar meu ombro. Gelei! Me senti naqueles filmes onde os seguranças do cassino, ao ver alguém ganhando, vão dar uma prensa no cara. Já achando que eu iria apanhar muito e ser jogado no rio, virei a cabeça pra trás. Era minha tia, pedindo pra ir embora. Ufa... Voltei pro hotel com 150 pesos (o que não deu nem 100 reais).

Entrada do cassino

Puerto Madero à noite

Florida

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