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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

CNH


Conforme o hábito de um bom brasileiro, deixei a renovação da minha carteira de motorista para a penúltima hora. Penúltima, porque a última hora seria amanhã, data de vencimento do último prazo. Ignorando a cartinha da clínica onde eu fazia o exame médico, que chegou em dezembro, ignorando o fato de que a minha CNH era válida até o dia 29 de janeiro e também ignorando o fato de que eu teria apenas um mês após o vencimento para realizar a renovação, eu deixei tudo para a última hora. Ou melhor: penúltima. Tive um bom motivo, é verdade: operei o nariz e fiquei quinze dias de molho em casa. O fato de ter tido dezembro e janeiro inteiros para fazer isso não conta, ok?

Depois de inúmeras tentativas de realizar o agendamento via internet, resolvi tentar agendar no posto do poupatempo, mesmo sabendo que o agendamento deveria ser feito apenas pela internet. Mas como o site só me mostrava a opção de agendamento em Itaquera (bairro que fica bem longe de onde moro), resolvi peitar a burocracia! Ganhei, mas foi difícil. Na próxima, eu vou arregar!

Hoje, um dia antes de vencer de vez a minha CNH, tirei cópias dos documentos necessários e encarei a fila gigante até chamarem a minha senha. Na minha vez, consegui um encaixe para meio-dia e quinze. A atendente, muito educada, me informou duas verdades que eu odiei ouvir: o site onde eu tentei agendar a renovação estava errado e, a pior, estava faltando o original da minha carteira de motorista e ela não poderia continuar o processo. E eu volto para casa, no calor infernal e trânsito caótico (mais que o normal).

Em casa, tento agendar (dessa vez pelo site correto) e só há horário disponível para o dia primeiro de março. Não dá. Tem que ser hoje. Volto ao poupatempo com o documento que faltava e para minha surpresa, chego lá rapidamente. Não há filas, sou atendido quase que imediatamente e tudo vai tão bem, que parece até que todos os funcionários estão brigando para me atender! Maravilha! Um guichê após o outro e consigo fazer quase tudo. Só falta o exame médico, que, por não ter sido agendado, precisei fazer fora do posto do poupatempo. Oba! Vou chegar em casa antes das três!

Não, não vou. É justamente na hora de fazer o exame médico que o sistema cai, ninguém consegue recolher (isso foi uma piada) e eu volto a esperar... e esperar...

O sistema se levanta sozinho (isso foi outra piada) e finalmente faço o exame médico. Volto ao poupatempo para entregar tudo e finalmente volto pra casa. Oba, vou chegar antes das quatro e meia!

Não, não vou. O trânsito estava pior e todos os ônibus da cidade estavam na mesma avenida que eu, ocupando todas as faixas, fechando todos os carros (como de costume) e eu dando graças a Deus por ter ar-condicionado no carro.

Finalmente cheguei! Agora só preciso encarar mais uma filinha amanhã para pegar a CNH nova. Só preciso me lembrar de não deixar tudo para a última hora da próxima vez!

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CARNAVAL


Eu estou sossegado. Passei o feriado de carnaval em casa, tranquilo, cuidando do meu nariz recém-operado, curtindo os joguinhos do facebook e pensando na vida. Volto pra faculdade na semana que vem, tenho até o dia 29 pra renovar minha carteira de motorista, estou esperando a resposta de uma editora onde fiz um teste para trabalhar e essas são as minhas preocupações. Não estou nem aí para o carnaval. Os foliões fanáticos que me desculpem!

Apesar de eu não ligar nem um pouco pra essa festinha popular que pára o país, não consegui escapar de algumas notícias. Soube que o carnaval desse ano pegou fogo. Em um carro alegórico! Mas já apagaram. Entendi agora porque a quarta-feira seguinte ao carnaval se chama quarta de cinzas! E soube que alguns torcedores causaram tumulto na apuração das notas. E me pergunto quando vai acontecer um tumulto desses na hora em que algum político enfiar a mão no dinheiro público. 

O prefeito Kassab deu 23 milhões pro carnaval. Não seria melhor dar esse dinheiro, sei lá, para os professores, por exemplo? Ou recapear as ruas esburacadas, tirar as ciclovias inúteis do meio das ruas e colocá-las de forma menos perigosa? Investir em saúde ou transporte público não seria má ideia. 

Mas vejamos: os políticos roubam, as ruas sempre foram esburacadas, os professores sempre ganharam mal, a saúde e o transporte públicos nunca foram um exemplo de eficiência, mas o povo vive feliz. Agora, tente tirar carnaval. Carnaval e futebol são assim: mexe com o povo brasileiro mais do que a religião!  O resto? Que se dane! 

Eu não sou contra o futebol. Nem contra o carnaval. Até que o feriado é bem-vindo. Quem não gosta do samba, que se isole! É assim que eu penso. O que me revolta é a atenção dada a esse evento, enquanto que com os eventos realmente importantes para o futuro de qualquer cidadão, como as eleições, por exemplo, nenhum cidadão se importa. Alguns até viajam e justificam o voto para fugir do patriotismo. Afinal, patriotismo tem época certa: Copa do Mundo!

E assim vivemos nossa vidinha, dia após dia, esperando que a vida melhore. De preferência com muita cerveja, churrasco, mulatas rebolando, samba e bola em campo. Pode incluir aí nessa lista a final de um Big Brother e o último capítulo da novela. Não faz mal. Só não coloquem trabalho e política, porque isso é muito chato!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CIRURGIA

Já faz um tempinho que não escrevo aqui. As novidades não aconteciam, eu não tinha assunto e acabei preferindo jogar tetris no Facebook a qualquer outra atividade. Malditos joguinhos! Mas adoro.

Recentemente, consegui resolver um problema que há muito me incomodava: meu nariz torto. Desde o ano passado eu coloquei na cabeça que precisava corrigir meu desvio de septo. Me causava cansaço, dores de cabeça, apnéia, enjôos e, segundo meu cardiologista, esse pequeno problema presente em grande parte da população pode até causar aumento na taxa de colesterol. Resolvi operar.

A operação foi tranquila. Sem maiores conseqüências, consegui realizar outro sonho: o de dormir, literalmente, o dia inteiro. Maravilha! Tenho vagas lembranças dos poucos momentos em que passei acordado e não sou capaz de descrever os acontecimentos na ordem em que ocorreram. Só sei que fui visitado pelo meu tio, a médica foi conversar com a minha mãe sobre a cirurgia e acabou mostrando as fotos da gata dela, me espetaram com tudo quanto foi agulha (acho que usaram todas que haviam no hospital) e me internaram na ala de pediatria. Não me importo, contanto que tenha brinquedos e livrinhos de colorir à minha disposição!

Toda a sensação que tive, eu descrevo como “nosso lar”, fazendo referência ao livro espírita transformado em filme. Meus olhos abriam e fechavam causando uma sensação muito boa de fade in/fade out. E viva a anestesia!

Uma dificuldade que lembro de ter foi a de urinar deitado dentro de uma jarra de metal que me deram para esse fim. Acho que consegui sem maiores problemas. Pelo menos eu não lembro de ninguém trocando o lençol da cama! Uma coisa engraçada foi acordar no meio da noite e ver, na TV, sinhozinho Malta e viúve Porcina. O que eles faziam ali, afinal? Roque Santeiro acabou há mais de vinte anos!

No dia seguinte, voltei pra casa e dormi mais. E mais. E acho que não há nada mais interessante para contar a partir disso. A não ser o sonho que tive, em que fui obrigado a cantar “Lady Marmelade” para um grupo de treinees de alguma empresa imaginária. Melhor parar por aqui...

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

SACOLINHAS PLÁSTICAS

O PROBLEMA

As grandes redes de supermercados inventaram agora uma nova onda: sacolinhas ecologicamente corretas. Não teremos mais saquinhos plásticos. E isso, com o perdão do trocadilho, é um saco! Eu explico:

Com a desculpa de que o plástico é prejudicial ao planeta, as grandes redes inventaram um novo meio de lucrar. Com o desaparecimento das sacolinhas de plástico, nós consumidores, nos vemos quase sem opções. Enquanto a empresa ganha com a venda de sacolas retornáveis e economiza os gastos com os saquinhos plásticos, o consumidor é obrigado a se virar.

Não se trata de uma campanha pelo bem do planeta, como afirmam. A campanha é pelo bem do caixa deles. Primeiro porque essas grandes redes não deixam de vender produtos que usem plástico na embalagem. Segundo, porque as farmácias, por exemplo, além de outros estabelecimentos, continuam distribuindo as sacolinhas do mal gratuitamente. E ainda existe uma campanha que diz que além de não distribuir mais sacos plásticos, as sacolas retornáveis estão à venda. Golpe de gênio: tudo legalizado, aumentam os lucros com a aprovação dos clientes ecologicamente corretos e ai de quem for contra! Pois eu sou (e boa parte dos meus amigos também).

Veja bem: não há nada contra o bem da Terra. Também não existe nada errado com o lucro da empresa. Mas por que o consumidor é que tem que pagar a conta?

O PROCON diz que é obrigação da loja fornecer um meio do gratuito para que o cliente finalize sua compra. E isso, as grandes redes até fazem. Com as caixas de papelão em que são acondicionados os produtos na fábrica. Isso quer dizer que você pode comprar meia dúzia de itens e acondicioná-los em uma caixa enorme. Ou comprar poucos itens que não irão caber em uma única caixa pequena. O que implica em levar várias caixas pra casa. Alguns defendem a ideia de que os sacos de papel, usados antigamente, são a solução. Eu discordo.

Os sacos de papel são bem mais frágeis e exigem um certo cuidado ao carregá-los do caixa para casa.É necessário fazer apoio com os braços por baixo do saco (de papel, ô mente poluída!) para que ele não se rasgue e derrube todas as suas batatas no chão. Ou frutas. Ou qualquer outra coisa que você tenha comprado. Além disso, mesmo sendo resistente, eles não têm um detalhe pequeno, porém muito útil: um negocinho chamado “alça”. É por causa da alça, esse simples dispositivo composto apenas de um buraco na sacola, que te permite enfiar a mão no saco (tá rindo ainda?) e carregar mais de um em uma única vez.

A SOLUÇÃO

Já que as redes de supermercado são super ligadas em ecologia, no politicamente correto e sempre pensam no bem de seus clientes politicamente corretos e no bem do nosso amado planetinha, sugiro que a sacola retornável passe a ser um item gratuito, como as sacolas plásticas eram. Dessa forma, nós, consumidores, teremos saco para levar as compras para casa. Ou melhor, sacolas! Ou isso, ou as sacolas plástica de volta.

E como exigir isso? Simples. Basta parar de comprar nas grandes redes e dar preferência às pequenas lojas e mercados de bairro. Se todos fizerem, as grandes companhias vão pensar melhor a ideia e irão tratar o consumidor com um pouco mais de respeito. Quem for contra, pode argumentar que os preços irão subir. Mas eu digo que alguns preços já subiram depois da economia com os extintos sacos plásticos. E nesse caso, vale a mesma regra: não compre onde for mais caro.
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