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domingo, 26 de outubro de 2014

VIVA A DEMOCRACIA

Parabéns a você, que votou no PT. Seu time de futebol ganhou o campeonato, de novo. Tri-campeão, certo? Parabéns para você, que de seu iPhone, postou no Facebook a micro biografia do Rigoberto, acreditando que existe sensibilidade social dentro de você.

Parabéns, porque você defendeu a democracia. Aquela mesma que por inúmeras vezes tentou calar a imprensa, vandalizou editoras, retirou cartazes dos adversários colocados nas ruas e pôs a cabeça de jornalistas a prêmio.

Você defendeu a democracia de quem se alinhou ideologicamente com ditaduras e fez obras enormes no exterior, deixando as brasileiras de lado. É a festa da democracia que fez o fantasma da inflação voltar, fez nossa moeda desvalorizar e que comemora efusivamente a adição de famílias à programas sociais, quando o mais correto seria comemorar o número de pessoas que não precisam mais deles.

Essa mesma democracia que já agrediu, através de sua militância, um governador. Que prega o ódio entre o povo, rotulando e reduzindo a uma única característica seres humanos que remam o mesmo barco. Comemore a democracia que se une a corruptos e os trata como heróis. Que se vangloria de sua estupidez, que baba de ódio ao se perguntar “onde estava o adversário quando nossa democracia estava lutando pela liberdade”. Que se orgulha do péssimo português. Que nivela por baixo.

Gostaria também de mandar um abraço especial para aqueles que optaram por exercer o direito a não votar — mesmo almejando uma mudança — como forma de protesto, sem entender que foram solenemente ignorados. Vocês poderiam ter feito a diferença, mas não fizeram falta nenhuma.

Obrigado. Vocês deram um PT no Brasil. De novo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

PREVISÕES

Três dias antes do segundo turno, o ex-presidente Lula irá simular uma doença grave e se internará no SUS, para dar o exemplo. A doença não será divulgada, pois o intuito é amolecer o coração do povo, uma tentativa de angariar votos para a candidata de seu partido. Um médico cubano irá cuidar do caso de Lula, mas por dificuldades linguísticas, não vai entender que se trata de um embuste e vai aplicar doses cavalares de remédio para dor, que o farão dormir por um dia.

Dois dias antes da eleição, um dossiê falso sobre o candidato Aécio Neves virá à tona através de um discurso em rede nacional, onde a atual presidente e candidata a reeleição irá expor as falsas acusações contra seu oponente. Sem que sua equipe perceba, um agente tucano irá trocar a sigla PSDB por PT, e Aécio Neves por José Dirceu, enquanto lê o discurso no microfone que envia o sinal para o ponto na orelha da presidente, que repetirá as palavras exatamente da forma que forem ditas. Isso fará com que o PT se complique ainda mais e perca a disputa. O ex-presidente, que assiste tudo pela TV do celular ficará nervoso e começará a gritar de raiva. Sua pressão vai subir. Preocupado com a situação, e ainda sem entender do que o ex-presidente reclama, o médico cubano dá outra dose de sedativos.

Aécio Neves ganha a eleição e uma festa é realizada na Avenida Paulista, uma das principais avenidas de São Paulo. O mesmo acontece em outras capitais. Petistas e comunistas de outros partidos começam a se reunir para impedir que a festa aconteça e iniciam uma gritaria. Os festeiros distribuem coxinhas para os manifestantes, pensando se tratar de alguma ação contra a fome e medo de perder a ajuda do governo.

Um grupo de sem-terra inicia uma invasão a uma fazenda, munidos de enxadas e outras ferramentas agrícolas e são bem recebidos pelo dono, que diz que sim, há trabalho para eles lá. Aos poucos, o grupo se dispersa. Acabam se reunindo no McDonald’s da cidade para discutir um plano B. Lula continua dormindo.

No dia da posse, um membro de um dos movimentos sociais se posicionará em um local estratégico, longe da visão do público e da mídia, para atentar contra a vida do novo presidente. No entanto, nada poderá fazer a tal distância, pois só lhe deram uma foice e um martelo. Ele até tenta, jogando o martelo o mais longe possível, mas a ferramenta não ultrapassa a esquina. Dilma não estará lá para passar a faixa presidencial, pois estará em São Paulo, esperando na fila para visitar Lula.

No seu primeiro dia de trabalho, o novo presidente estará em seu gabinete, junto com alguns repórteres que vão registrar seu primeiro dia de trabalho.  Será surpreendido pela visita da ex-presidente. Quando questionada sobre o motivo de estar ali, ela vai responder: “vim trabalhar”. O novo presidente dirá que ela perdeu as eleições. Dilma se lembrará da astúcia de seu mentor para escapar das situações constrangedoras e responderá: “Eleições? Que eleições? Eu não sabia de nada”.

Na volta para casa, acompanhada de sua equipe, Dilma deixa escorrer uma lágrima. Seu marqueteiro, irritado, lhe dará uma bronca: “era pra senhora ter chorado no debate!” enquanto lhe estica um lenço.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

VERMELHO

A bandeira americana tem a cor vermelha. Assim como as bandeiras de Portugal, Espanha, Canadá, Japão, Itália, Austrália, Alemanha, Inglaterra, Nova Zelândia, entre outros.

Os comunistas adotaram a cor vermelha como uma espécie de cor oficial, mas esqueceram-se dos detalhes das bandeiras de países capitalistas.

Também foram esquecidas as cores de empresas símbolo do capitalismo: Mc Donald’s, Coca-Cola, Lego, CNN, Netflix, Time (revista) e Burger King, entre outras. E quem nunca sonhou com uma Ferrari vermelha?

Eles são contrários à exploração do capitalismo. O industrial versus o operário. Esquecem que no comunismo, sem propriedade privada, quem irá explorar os trabalhadores — que ainda existirão — será o próprio governo, outrora chamado para libertá-los.

A bandeira, não só do PT, mas de outros partidos, é vermelha. Assim como as roupas que a presidente costumava usar publicamente, e que agora, foi trocada pela cor branca. Aliás, a cor vermelha das roupas da presidente lembrava a cor do vestidinho da Mônica, personagem do Maurício de Sousa, outro exemplo capitalista (a Turma da Mônica, além dos gibis, está presente em vários produtos licenciados).

E você aí, que está usando sua camisa vermelha com a figura do Che Guevara estampada em preto, mas nem sequer viu a célebre foto do seu herói bebendo Coca-Cola, não sabe que ele matou até crianças. Che lutou junto com seu outro exemplo de vida, Fidel, que sempre usou verde.

O vermelho existe também no uniforme de personagens super capitalistas, que rendem milhões aos que detém seus direitos, como Super Homem, Homem Aranha, Capitão América...

Vermelho também é a cor do Chapolim Colorado... E você ainda leva a sério essa história de comunismo, petismo e luta de classes.


Você acha mesmo que o interesse dos líderes comunistas é a igualdade?

terça-feira, 21 de outubro de 2014

GATA - REMÉDIO - ENSAIO

Você já tentou dar remédio para um gato? Achou fácil? Pois eu não acho. Aqui em casa, sempre que precisamos dar remédio para minha gatinha, montamos um campo de batalha. A guerra começa na busca pelo alvo, que acha cantos para se esconder que eu mesmo nunca reparei. Depois, outra pessoa munida de uma toalha me espera enquanto eu carrego a gata no colo até a cozinha, onde ela é embrulhada na toalha, para evitar arranhões. Só a cabeça fica para fora. Mesmo assim, é necessária certa força para segurar a singela criatura, que está pronta para fugir a qualquer momento. Por isso, quando estou sozinho, levo a bichana ao veterinário, que simplesmente abre a boca, joga o remédio goela abaixo e em menos de três minutos acabou toda a operação, que aqui, demora vinte. E eu sempre tenho a impressão que um dia será ela que irá nos dar os malditos comprimidos.

Foi o que aconteceu ontem. Sozinho e com horário — do remédio, às oito da noite e um ensaio as nove, cacei o animal, outrora singelo, agora uma verdadeira besta, coloquei na caixa de transporte e fiz outra descoberta: toda vez que vai urinar, ela armazena um pouco, para jogar em mim enquanto eu luto para coloca-la dentro da caixa. E assim, seguimos.

Cheguei de volta em casa mais ou menos oito e quinze da noite, ainda precisando jantar e preocupado com o horário marcado para o ensaio, nove horas, longe da minha casa. Ainda no caminho, precisei parar no posto para comprar meus cigarros.

Cheguei no estúdio as nove horas da noite, em ponto. Confesso que deveria ter chegado antes, mas devido às complicações felinas, atrasei.

Toco a campainha do estúdio e, para minha surpresa, ninguém está lá, a porta está fechada e o homem que atendeu o interfone disse que não havia ensaio nenhum marcado. A tecnologia 4G me permitiu entrar em contato com um integrante da banda, que me confirmou: o ensaio é na quarta!

Tudo bem. Amanhã serei mijado mais um pouco e serei humilhado pela veterinária, que vai me mostrar como se dá remédio para gato. E eu não vou aprender.


E na quarta, se ninguém cancelar, farei o replay de ontem — xixi de gato-veterinário – casa-janta-ensaio.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

OS ERROS

Ontem, no debate entre os candidatos à presidência, não pude deixar de notar a dificuldade que a candidata à reeleição tinha para se expressar. Essa dificuldade vinha não só da organização de raciocínio (e a perda dele), mas também em vários errinhos de português. Falta ou excesso de plural, conjugação verbal errada e outras coisas do tipo, além da dificuldade em desenvolver o começo, meio e o fim do que pretende perguntar/explicar/responder, marcaram sua fala.

Em um vídeo recente (bom, pelo menos acho que é recente, eu só vi há pouco tempo), ela defende uma diminuição do número de matérias na escola, que hoje, são doze. Depois, vejo sua atuação no debate (assim como e outros) e me pergunto: por acaso ela quer que o povo, no futuro, seja ainda pior do que ela? Pela idade que tem, com toda certeza ela pertence a uma geração que teve um ensino puxado, e, ainda assim, comete tantas gafes quando se pronuncia. Imagina como será o candidato à presidência em 2050, caso seus planos funcionem!

Paralelo a isso, muitas pessoas defenderam a candidata com argumentos do tipo “isso é um debate presidencial, não um concurso de oratória”. Claro, notei. Mas se quem se candidata a ser o representante do povo brasileiro perante o mundo, quem pretende assinar em nosso nome acordos internacionais, quem pretende investir nosso dinheiro, tem que, pelo menos, saber falar.

O que acontece é que esse é um pensamento recorrente. Se você é professor de português ou trabalha com algo que se relacione à nossa língua, tudo bem. É sua obrigação sabê-la. Caso contrário, você não tem a menor obrigação de falar corretamente. Já vi, em minha época de escola, um aluno defender uma professora de matemática que falava errado, que ela não tinha que saber falar corretamente porque era professora de matemática e não de português. Discordo. Antes de tudo, ela é uma educadora. Não interessa qual a matéria que ensina. É através da língua que ela exerce a função. Assim como a presidente. Assim como todos nós.

Eu me metia em muitas discussões, antigamente, com um dos membros da banda na qual eu tocava, porque ele falava errado e eu corrigia. Eu sempre gostei de ser corrigido porque eu passava vergonha uma única vez — no momento da correção — e depois, falava direito. Sempre preferi isso do que não ser corrigido e passar vergonha, sem nem saber, várias vezes. Esse músico ficava bravo (muito) porque, se eu não era um professor de português, eu não deveria corrigi-lo. Pura ignorância, claro. Se eu sei mais, por que não ensinar? Da mesma forma, se sei menos, por que não aprender?

Eu vejo nisso tudo uma valorização da ignorância, certo orgulho de pertencer ao grupo dos meros mortais que pouco sabem a respeito da própria língua que falam, e não ao grupo dos super gênios que sabem toda a gramática de cabeça. Sinceramente eu me orgulho de não pertencer a nenhum dos dois. Pertenço ao grupo dos que ainda terão que consultar a gramática e os dicionários muitas vezes ainda, e sabem disso! A nossa língua é complicada mesmo, e eu não sou um expert, longe disso, ainda preciso aprender muito. Caso queira ler meus textos com uma gramática na mão, é possível que você ache vários erros (por gentileza, me avise), mas isso não deve me impedir de expressar minhas ideias. Pelo contrário, prefiro que alguém aponte uma (ou várias falhas) para que eu possa corrigi-las, do que mantê-las em meu raciocínio como se fizessem todo o sentido.

Isso é o que eu acho essencial, não só para quem almeja a liderança de uma nação, mas para todos. Não importa qual é a sua atividade. É através da língua que você expressa seus pensamentos e ideias, seu raciocínio e suas vontades. Por isso não acho nada demais que a candidata estude melhor antes de falar. E que não torne a vida dos estudantes mais fácil, e sim, mais culta.


PS: Antes que venham os esquerdistas defensores da candidata me atacar politicamente, deixo claro aqui que também flagrei erros do seu adversário. Embora em menor número.

sábado, 18 de outubro de 2014

A PESCARIA DO RIGOBERTO

O Rigoberto ganhou um carro porque passou no vestibular. O Rigoberto tem a mensalidade da faculdade paga pelo pai. O Rigoberto vai ganhar de sua avó uma viagem de intercâmbio para aprimorar o inglês. O post do Rigoberto tem feito algum sucesso no Facebook.

O Rigoberto passou no vestibular. Estudou e passou e foi premiado com um carro, porque sua família pôde fazer isso. Talvez o Rigoberto não tenha emprego, por isso seu pai paga a mensalidade da faculdade na qual ele passou. Sua avó vai pagar uma viagem de intercâmbio para que ele aprimore uma segunda língua que ele já sabe, mas provavelmente precisa aprender mais, para se dar melhor no competitivo mercado de trabalho. Rigoberto é a favor de ensinar a pescar em vez de dar o peixe. E é isso que ele está fazendo. Está aprendendo a pescar. Se ele pensa assim, é porque foi ensinado por sua família que este é o modo correto.

É verdade que nem toda família brasileira pode premiar seus filhos por suas conquistas. Aliás, não é dito na curta biografia do Rigoberto o quanto seus pais e avós apanharam da vida até que aprendessem a pescar sozinhos, para poder, no futuro, dar tantos peixes para ele — sem, no entanto, deixar de ensiná-lo a pescar. O que a família do Rigoberto proporciona é um, digamos, melhor treinamento na pescaria (o que, provavelmente, não tiveram).

Isso é o que os defensores fanáticos dos programas sociais precisam entender. O Estado, dando o peixe sem ensinar a pescar, termina por ser pior do que os pais do Rigoberto.

Não quero, contudo, ir pela contramão de projetos que auxiliem quem realmente precisa, contanto que tenha um fim, para que os ajudados de hoje, possam ser a família de outros Rigobertos no futuro.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

PAUSA

Na música, usamos a pausa para dar respiro, swing e espaço, para que a divisão rítmica se desenrole com fluência e para que haja diferenciação entre as partes da música. Enquanto alguns instrumentos tocam uma coisa, outros tocam outra. E a pausa serve justamente para que nenhum seja atropelado, causando uma confusão sonora constante, uma reunião de barulhos que, juntos, tornam-se indefiníveis.


Na música escrita, existem alguns símbolos para indicar que ali deve haver uma pausa. Cada símbolo corresponde ao tempo que a pausa deve durar. No texto escrito, temos os sinais de pontuação, como vírgula, ponto final e reticências. Na língua falada, temos a própria respiração.


Na música, dizemos que o silêncio (pausa) é tão importante quanto o som (nota) e os dois devem ser equilibrados de forma a traduzir em ondas sonoras aquilo que queremos mostrar.


O mesmo acontece com a fala: se pronunciamos as palavras sem fazer uso da respiração, nosso discurso fica sem sentido e nós ficamos roxos pela falta de ar. Assim como na música, a fala também exige um equilíbrio entre o som (sílabas, palavras) e a pausa (respiração, silêncio). A respiração ajuda, inclusive, na entonação da voz. É através da respiração que conseguimos falar mais alto ou acentuar alguma parte do discurso.


A afirmação que o equilíbrio entre as palavras e a respiração é importante. Mas notem bem: estou falando de equilíbrio. Discursos como o da presidente, com muito mais espaços do que palavras, causa o mesmo efeito do discurso sem pausas: ninguém entende!


Muitas pessoas dizem que a presidente baseia seus discursos na mentira. Outro tanto diz que ela se baseia na verdade. Pois eu digo que a verdade incontestável é que ela baseia seus discursos na pausa. Eu não cronometrei, mas acredito que se somarmos os tempos de pausa e som de cada um de seus discursos, a pausa ficaria em primeiro lugar.


Suas falas foram muito confusas (como na maioria dos casos) e a confusão foi até citada pelo seu concorrente durante o debate. Eu atribuo isso aos espaços vazios entre uma sílaba e outra. Sim, sílabas e não palavras. É o tempo da pausa em exagero, como se lhe faltasse o ar a cada segundo, que propicia um melhor desenvolvimento de raciocínio para terminar o discurso. O problema é que a cada espaço, era possível notar que o raciocínio não havia sido bem desenvolvido, então ela desistia e começava de novo, a partir de outro ponto que não foi dito anteriormente.


Não acho que os discursos da presidente sejam desconexos — para ela. Afinal, ela segue uma linha de raciocínio para falar. Só esquece de nos mostrar qual é.

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